Ar-condicionado automotivo: tipos, dicas, manutenção e mais

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Ar-condicionado automotivo

Ar-condicionado automotivo

O ar-condicionado do carro é visto pela maioria como um item de conforto. Mas, longe de ser apenas um luxo, o equipamento também ajuda a garantir o bem-estar dos ocupantes do veículo, pois desempenha várias funções importantes.

Além de deixar a temperatura a bordo mais agradável, ele colabora na purificação do ar da cabine, filtrando impurezas, e desembaça os vidros em dias chuvosos. Isso sem falar no ganho de segurança ao permitir que se rode com as janelas fechadas, o que ajuda a evitar assaltos.

Apesar de toda essa importância, o ar-condicionado não recebe a atenção que deveria. O ideal é que o sistema seja levado para uma revisão em uma oficina especializada a cada seis meses, pelo menos. Em alguns casos, porém, as vistorias devem ser ainda mais frequentes.

“Carros que são usados como táxis ou por motoristas de aplicativos de transporte como Uber, ou que pertencem a frotas de locadoras, devem ser revisados a cada três meses, ou 10 mil km, se essa quilometragem vier primeiro”, avisa o diretor técnico da Arcon, oficina especializada na zona oeste da capital paulista, Ernesto Miyazaki. “O mesmo cuidado vale para veículos que rodam habitualmente por estradas de terra”.

A perda de eficiência do equipamento, que pode passar a resfriar a cabine com mais dificuldade, é um sinal de que algo pode estar errado. Ao contrário do que muitos pensam, porém, isso não ocorre porque o gás “acabou” ou “ficou velho”.

“O gás não fica velho e nem acaba. Não existe necessidade de trocá-lo se não houver vazamento. É como o gás de uma geladeira: é mais fácil você trocar de geladeira do que precisar trocar o gás. O que existe é um certo marketing dos fabricantes de fluidos refrigerantes”, comenta Miyazaki.

Em caso de vazamento, porém, é necessário esvaziar todo o compartimento de gás para então voltar a preenchê-lo em sua totalidade – diferentemente do que acontece com um tanque de gasolina, por exemplo, em que é possível apenas completar a diferença de líquido. É por isso que é feita a “troca” do gás, e não porque ele precise ser substituído.

Outra possível causa de problemas no ar-condicionado é o entupimento. “Quando o compressor não recebe a lubrificação adequada, sofre um desgaste interno e solta pequenas partículas, que se acumulam no condensador ou no evaporador”, explica o especialista. “Com isso, o aparelho deixa de funcionar como de costume. A oficina saberá identificar a origem do problema e corrigi-lo”.

Quando necessária, a troca do gás custa em média R$ 260. Algumas oficinas, como a própria Arcon, oferecem uma inspeção visual gratuita, que usa aparelhos para aferir temperatura e pressão interna do sistema e verificar a necessidade de reparos, esses sim cobrados.

Higienização do ar-condicionado ajuda a prevenir doenças

Um cuidado negligenciado por muitos proprietários é a higienização do sistema. A manutenção de componentes que filtram impurezas ajuda a prevenir doenças respiratórias. “Evitar que o carro se torne um ambiente contaminado é ainda mais importante para pessoas que sofrem de rinite, asma ou bronquite, ou ainda aquelas que passam muito tempo dentro do veículo”, observa Miyazaki.

Existem dois tipos de procedimentos. A higienização completa inclui o desmonte de vários componentes, como o evaporador, a aplicação de bactericida e a posterior remontagem. A combinação do pó acumulado na peça com a umidade do carro é um prato cheio para a formação de bolor.

Como o evaporador fica em um local de difícil acesso sob o painel, o serviço leva de 5 a 8 dias. O custo varia de R$ 600 a R$ 900 para modelos mais simples e de R$ 1.200 a R$ 1.800 para os que possuem sistemas mais complexos. Esse tipo de procedimento deve ser feito a cada dois ou três anos.

 

Já a higienização simples não exige a desmontagem do painel. Uma máquina faz a aplicação de ozônio, um gás oxidante, e de um produto germicida, provocando a purificação do ar da cabine. O preço é de cerca de R$ 280.

Outro serviço que ajuda a garantir a qualidade do ar a bordo é a troca do filtro de cabine, que deve ser feita uma vez por ano. A peça é barata – os modelos mais comuns custam de R$ 40 a R$ 60, enquanto os feitos de carvão ativado, que também filtram o monóxido e o dióxido de carbono, variam entre R$ 80 e R$ 150.

Quem gosta de carro e está acostumado a mexer consegue trocar essa peça sozinho sem problemas (há tutoriais na internet). Os demais podem recorrer a uma oficina, sem custo adicional, já que a maioria não cobra a mão de obra para troca da peça.

Dicas para melhorar a eficiência do ar-condicionado

Alguns conselhos podem ajudar a tirar máximo proveito do ar-condicionado e melhorar o seu desempenho:

  • Depois que o carro ficou fechado sob o sol, o melhor a fazer é abrir as portas e aguardar alguns minutos para que o ar quente do interior escape. “Se você não tiver tempo para esperar, abra as janelas até a metade, ligue o aparelho no frio máximo e direcione o fluxo de ar para as saídas na parte inferior, próximas aos pés”, ensina Miyazaki. “Isso vai ajudar o ar quente a sair mais rapidamente”.
  • A maioria dos carros modernos tem um comando que bloqueia a entrada do ar externo e faz com que o sistema de ventilação recircule o ar de centro da cabine. Quando o ar dentro do veículo está mais frio que o do exterior, o recirculador ajuda a poupar o sistema. “Quando o aparelho precisa resfriar a cabine até atingir uma determinada temperatura, recircular o ar de dentro vai demandar menos esforço e tempo do que trazer o ar mais quente de fora”, afirma o profissional.
  • Não se esqueça do ar-condicionado no inverno. O sistema precisa ser colocado em funcionamento por alguns minutos, pelo menos uma vez por semana, para que as peças não ressequem sem lubrificação.
  • Para economizar combustível, acostume-se a não selecionar uma temperatura tão baixa: melhor deixar em 22°C, que é um frio ameno e agradável, do que no frio máximo. E desligue o aparelho alguns minutos antes de encerrar o seu percurso. O ar da cabine continuará frio por alguns instantes e você terá exigido menos do sistema e, por consequência, do motor do veículo, responsável por manter o compressor do arcondicionado em funcionamento.