Mulheres ganham espaço entre as motos

Elas dominam a compra de alguns modelos e em 5 anos elevaram em 50% o volume de carteiras A expedidas

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Mulheres compraram mais de 1,6 milhão de um total de 3,17 milhões de Honda Biz vendidas no Brasil desde 1998

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O aumento da presença de mulheres no mercado de motos é notável. Para alguns modelos, o público feminino representa mais de metade dos emplacamentos: “A participação nas vendas da Biz chega a mais de 60%”, afirma o diretor comercial da Honda, Alexandre Cury. Desde a metade da década passada as mulheres já respondiam por mais de metade das vendas desse modelo. E como ele se aproxima de 3,2 milhões de unidades vendidas desde seu lançamento, em 1998, dá pra dizer sem medo que mais de 1,6 milhão de Honda Biz foram compradas por mulheres.

Habilitação para a categoria A

Números expressivos também aparecem na habilitação para a categoria A, exigida para veículos de duas (ou três) rodas. Segundo dados do Denatran, o número de mulheres habilitadas para pilotar motos cresceu mais de 50% em cinco anos. Em 2012 existiam 4,51 milhões de carteiras A expedidas para o sexo feminino e esse número saltou para 6,77 milhões em 2017. Em porcentual, o maior crescimento está entre as mulheres acima de 50, com aumento de 135%. Entre as de 41 a 50 anos o crescimento foi de 73%.

“Em nossa revenda, percebemos que o importante é identificar qual a necessidade delas, porque muitas vezes elas estão comprando a primeira moto”, afirma Débora Cardamone Feltrin, proprietária de concessionárias Yamaha e Suzuki.

A fatia feminina nas vendas a prazo também é considerável: dentro do Banco Honda, 35% das cotas de consórcio de motocicletas foram adquiridas por elas. Nos financiamentos por CDC, respondem por 31%.

De acordo com Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, associação que reúne os fabricantes, um dos motivos que levam as mulheres a buscar a moto é a praticidade de locomoção. “E as fábricas têm desenvolvido produtos que se encaixam nessa necessidade, como os scooters”, diz. Com a procura aquecida por parte das mulheres, este foi o subsegmento que mais cresceu nos primeiros meses de 2018: 32%. Já o setor como um todo registrou alta inferior a 10% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado.

De acordo com a Honda, cerca de 40% de seus scooters saem das concessionárias pilotados por elas. “O público feminino é de extrema importância em segmentos de entrada como scooters, CUBs (motonetas) e motos urbanas”, afirma Cury.

ACESSÓRIOS EXCLUSIVOS

 

Como parte importante do faturamento das concessionárias decorre da venda de itens de butique, os fabricantes também capricham em capacetes, roupas e acessórios exclusivos. “A Harley-Davidson produz linhas femininas específicas e lança constantemente novas coleções, sempre analisando o mercado, as novas tendências mundiais de moda”, afirma o gerente de marketing da montadora, Flávio Villaça.

“Em nossas lojas temos sempre capacetes, jaquetas, camisetas e outros itens de vestuário para elas porque o fluxo de mulheres aumentou muito nos anos mais recentes”, afirma Débora, da Feltrin.

No Salão Duas Rodas 2017, em novembro, a Honda levou um scooter-conceito com personalização voltada ao público feminino, lembrando muito os acessórios produzidos pela Louis Vuitton (foto abaixo). “Ele obteve grande aceitação entre as mulheres, que perceberam ali um cuidado com os detalhes e necessidades femininas”, diz o diretor comercial da Honda.

Cury recorda que a Honda tem a própria linha de capacetes, elaborada por designers brasileiros, e cinco deles são exclusivos para mulheres. “Há mais um modelo feminino em desenvolvimento, que deve ser lançado em breve”, diz.


Honda SH 150 conceitual, com jeitão Louis Vuitton, agradou às mulheres durante o Salão Duas Rodas 2017