Automóveis autônomos e elétricos, mobilidade, conectividade e análise de dados são as principais tendências na indústria automotiva brasileira até 2025.
De acordo com a pesquisa global com os executivos do setor automotivo (Global Automotive Executive Survey), produzida pela KPMG, os automóveis autônomos (73%), veículos elétricos híbridos (69%), veículos elétricos a bateria (62%), e mobilidade/car sharing (69%) são as principais tendências da indústria automotiva até 2025 no Brasil.
Ao compararmos as respostas brasileiras com seus pares globais, a maioria dos quase mil executivos dos 42 países pesquisados considera os veículos elétricos a bateria (50%) como a tendência número um (em comparação com a nona posição em 2015).
“Em uma visão geral, podemos dizer que os executivos brasileiros se posicionam de maneira vanguardista frente às inovações tecnológicas e transformações no modelo de negócio que estão permeando os próximos anos da indústria. Isso é facilmente percebido ao analisar o grande número de respostas positivas frente a temas como conectividade e digitalização (62%) e criação de valor através de big data (58%), por exemplo”, analisa o diretor da KPMG no Brasil para o setor automotivo, Ricardo Bacellar.
A pesquisa também aponta que 76% dos entrevistados em nível global concordam plena ou parcialmente que o motor a combustão interna ainda será relevante por um bom tempo devido dificuldades inerentes à implantação de uma ampla rede de recarga para os veículos elétricos. Segundo 78% dos executivos, os veículos elétricos movidos à célula de combustível poderão ser mais bem sucedidos já que o reabastecimento poderá ser realizado em um posto de gasolina tradicional.
Elétricos sob o ponto de vista dos consumidores
Para identificar o ponto de vista dos consumidores sobre o futuro do mercado automotivo, a KPMG também entrevistou 2400 potenciais compradores. Esse levantamento constatou que os futuros critérios de compra serão bastante influenciados pela oferta de produtos e serviços como valor agregado (73%), que as empresas de tecnologia do Vale do Silício vão produzir seus próprios veículos (82%), que as montadoras deverão oferecer recompensas financeiras pelo uso dos dados dos clientes (84%), e que a segurança e privacidade dos dados dos consumidores serão as principais questões a serem consideradas (48%).
Veículos autônomos como plataforma para novas linhas de receita da indústria
Sessenta e oito por cento dos executivos já percebem que critérios de compra como desempenho, velocidade e funcionalidades benéficas em termos de meio ambiente ou conforto, não determinarão mais a compra de um veículo.
Percentual semelhante dos consumidores (60%) concorda plena ou parcialmente que outros fatores serão mais essenciais — o carro conduzido automaticamente os permitirá utilizar seu tempo de trajeto para outras atividades como trabalho, diversão, estudo ou compras, por exemplo.
A pesquisa também mostrou que 85% dos executivos acreditam que o ambiente digital dentro do automóvel irá gerar receitas maiores do que a venda propriamente dita. Setenta e um por cento deles concordam que a mensuração da participação de mercado com base em unidades comercializadas deixará de ser relevante e mais de 75% acreditam que um único veículo conectado poderá gerar receitas mais significativas do que dez unidades não conectados.
“Os resultados da pesquisa corroboram com o senso comum do mercado de que profundas transformações estão em curso na indústria automotiva, onde temas como revisão do modelo de negócio e da interface com os consumidores, posicionamento das montadoras no novo ecossistema, novas linhas de receita através da oferta de serviços de valor agregado, data analytics, cyber security e digital labor, dentre outros, dominam as discussões estratégicas para os próximos anos”, afirma o executivo da KPMG.
Para ter acesso completo à pesquisa, acesse www.kpmg.com/GAES2017