Volkswagen T-Cross 200 TSI manual
Desde que o novo Polo foi lançado no Brasil, em 2017, uma parcela do público ficou “chateada” pela ausência de uma versão manual com o motor 1.0 TSI. Pois ela acaba de estrear no… T-Cross! Isso mesmo, para baixar o preço de entrada do SUV, a VW abriu mão do câmbio automático na versão de acesso do modelo – ainda que as vendas do segmento sejam majoritariamente de modelos automáticos. O conjunto mecânico tornou o modelo divertido e mais acessível, mas está longe de ser barato. Pelo contrário, é mais caro que seus principais oponentes automáticos (e que o próprio Polo TSI automático). Então, o que justifica o preço de R$ 84.990? Veja nesse Prós e Contras.
Prós do T-Cross 200 TSI manual
Depois que o Golf deixou de ser vendido com o motor 1.0 TSI e câmbio manual de 6 marchas, ficou para o Up a missão de ser o TSI manual da linha Volkswagen (com 5 marchas). Se o fã desse motor quisesse algo maior, teria que comprar um Polo Comfortline ou Highline e aceitar o câmbio automático de 6 marchas.
Apesar de ser um crossover, o T-Cross empolga com este conjunto – é o mais legal da linha. São até 128 cv e 20,4 kgfm de torque para levar seus 1.215 kg, aliado a um câmbio de engates justos e curtos, algo que já conhecemos de outros VW. Ao cravar a aceleração de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos, empatou com o Hyundai Creta 2.0 e foi quase 1 s mais rápido que a versão automática (10,7 segundos). É difícil conter o pé direito e não se empolgar com ele.
Sim, o T-Cross não é barato. Por outro lado, tenta justificar o preço com uma série de itens de segurança. Freios a disco nas 4 rodas (que cravaram bons 38,8 metros na frenagem 100 km/h a 0), seis airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, bloqueio eletrônico de diferencial (XDS) e cinco estrelas no teste de impacto do Latin NCAP são as principais credenciais do SUV desde o modelo mais básico. Assim, o T-Cross oferece itens que nem as versões mais caras de seus concorrentes oferecem.
Tivemos a oportunidade de testar o T-Cross automático com o motor 1.0 TSI e o 1.4 TSI. O tricilíndrico se mostrou mais equilibrado dinamicamente pelo menor peso na dianteira e melhor conversa com a suspensão. Pois o 200 TSI manual é ainda melhor, já que as rodas de 16″ com pneus 205/60 ajudam a absorver os impactos e não prejudicam a dirigibilidade. A suspensão bem calibrada entre conforto e estabilidade e a direção elétrica responsiva completam o pacote elogiável de dirigibilidade do T-Cross.
Contras
O T-Cross 200 TSI manual custa iniciais R$ 84.990, chegando a R$ 86.710 com o pacote que adiciona a central multimídia, câmera de ré e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. É mais que o Nissan Kicks S CVT (R$ 84.390), Jeep Renegade Sport AT (R$ 85.990) e Citroën C4 Cactus Feel automático (R$ 81.990), alguns de seus principais oponentes já com transmissão automática. Como comparação, o C4 Cactus MT custa R$ 69.990.
Tudo bem ser uma versão de entrada, mas a cabine do T-Cross 200 TSI deixa ainda mais aparente que o acabamento do crossover é simples. O plástico rígido domina o interior e ele ainda perde os apliques das versões mais caras, ficando com um ambiente monocromático e frio, como no Polo 1.6. O volante sem couro e os elementos compartilhados até com o Gol ampliam esta sensação de simplicidade, algo que pode frustrar o consumidor num carro que passa dos R$ 80 mil.
Apesar de se apoiar sobre entre-eixos do Virtus, mais longo que o do Polo, o T-Cross é mais acanhado que seus principais oponentes. Em uma categoria onde espaço interno é um importante ponto de decisão de compra, o VW é um dos menores, principalmente na largura, apertando os ombros dos ocupantes traseiros – principalmente quando há três pessoas ali. Não é ruim, mas a concorrência está mais preparada para isso. No porta-malas, são 373 litros que podem ir aos 420 litros com o sistema de ajuste do encosto traseiro que o deixa mais vertical – mas aí fica muito desconfortável para os passageiros.
Ficha técnica – Volkswagen T-Cross 200 TSI MT6
MOTOR | dianteiro, transversal, 3 cilindros, 12 válvulas, 999 cm3, duplo comando com variador na admissão e escape, turbo, injeção direta, flex |
POTÊNCIA/TORQUE | 116/128 cv a 5.500 rpm / 20,4 kgfm de 2.000 a 3.500 rpm |
TRANSMISSÃO | manual com 6 marchas; tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga leve de aro 16″ com pneus 205/60 R16 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólido na traseira com ABS e EBD |
PESO | 1.215 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.199 mm, largura 1.760 mm, altura 1.568 mm, entre-eixos 2.651 mm |
CAPACIDADES | tanque 52 litros, porta-malas de 373 a 420 litros |
PREÇO | R$ 84.990 (R$ 86.710 como testado) |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR (etanol) | ||
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VW T-Cross 200 TSI MT6 | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 4,5 s | |
0 a 80 km/h | 6,8 s | |
0 a 100 km/h | 9,9 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em 3ª | 8,0 s | |
80 a 120 km/h em 4ª | 7,7 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 38,8 m | |
80 km/h a 0 | 24,5 m | |
60 km/h a 0 | 13,8 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 10,1 km/l | |
Ciclo estrada | 11,9 km/l |