Com investimento de R$ 46 milhões, a Toyota inaugurou na segunda-feira, 22, seu primeiro centro de pesquisa aplicada no Brasil e na América Latina. O novo prédio fica dentro das instalações em São Bernardo do Campo (SP), onde a montadora construiu sua primeira fábrica fora do Japão, em 1962, e cumpre a segunda fase do projeto “São Bernardo Reborn” que reúne iniciativas para revitalizar a velha planta no ABC Paulista. Segundo a Toyota, a nova área reúne os departamentos de engenharia, compras, regulamentação veicular, qualidade assegurada e design de produto da marca, respondendo assim a determinações do programa Inovar-Auto, que exige investimentos em pesquisa e desenvolvimento pelos fabricantes de veículos em troca de incentivos fiscais.
“O novo centro terá testes de emissões, avaliação de novos materiais e da capacidade técnica de fornecedores. Fará também pequenos desenvolvimentos de design, como o do Etios Platinum e de edições especiais”, afirma o CEO da Toyota para a América Latina e Caribe, Steve St. Angelo.
A área poderá ajudar no aumento da nacionalização de componentes para os veículos da marca no País, que atualmente usam 70% de peças nacionais, em média. Vai suprir demandas específicas do Brasil, mas poderá atender países vizinhos como a Argentina: “Existe essa possibilidade, até porque ampliamos nossas exportações”, afirma o vice-presidente executivo da Toyota do Brasil, Miguel Fonseca, referindo-se ao Etios, que é montado em Sorocaba (SP) e enviado, além da Argentina, ao Paraguai, Uruguai e Peru.
A primeira etapa do projeto São Bernardo Reborn ocorreu em março de 2015 com investimento de R$ 19 milhões para a transferência da sede administrativa e comercial de São Paulo para o ABC e a abertura do terceiro turno do setor de forjaria da unidade, que hoje fornece peças para fábricasda Toyota no Brasil e Estados Unidos. Também foi introduzido um programa de sustentabilidade ambiental na planta, com instalação de sistemas de captação e reúso de água da chuva e de painéis solares.
A Toyota emprega no Brasil 6 mil trabalhadores, dos quais 1,4 mil estão em São Bernardo do Campo. A unidade produziu de 1962 até 2001 a linha Bandeirante. Hoje fabrica só componentes. Há dois anos cogitava-se a nacionalização ali do híbrido Prius, que não vingou.
O projeto de fazer parte da linha Corolla em Sorocaba (SP) também foi engavetado, à espera da retomada do mercado. Mas vale dizer que a montadora vem ganhando participação na América Latina e Caribe desde criação de uma divisão para a região e a nomeação de Steve St. Angelo como seu CEO. Nestes três anos o market share da Toyota na região passou de 5,3% para aproximadamente 10%.
No Brasil a montadora registra queda inferior a 1% nas vendas acumuladas até julho ante o mesmo período do ano passado, enquanto o mercado nacional recuou quase 25%. E a empresa acredita que até o fim de 2016 terá vendido 180 mil unidades, revertendo a queda para discreta alta de 2%. As perspectivas também são favoráveis para a Toyota argentina, com 80 mil unidades e pequeno crescimento (1%) de market share.
20 MIL KM PELA AMÉRICA LATINA
No dia da inauguração do centro de pesquisa aplicada também ocorreu a largada da etapa latino-americana do projeto global “5 Continents Drive”, promovido pela Toyota Motor Corporation.