Creta x Tracker
Sendo assim, qual dos dois modelos mais promissores está mais preparado para encarar o HR-V, adorado pelo público e líder de vendas da categoria?
Início do duelo
Convocamos as duas versões mais equipadas para o duelo: Creta Prestige 2.0, de R$ 99.490, e Tracker LTZ, que parte de R$ 89.990, mas vai a R$ 92.990 com seis airbags. O carro da Chevrolet sai na frente pela (boa) vantagem de preço.
Lista de equipamentos
A desvantagem do Creta, porém, é anulada com a lista de equipamentos. A Hyundai de Piracicaba oferece praticamente o mesmo conteúdo que o rival entrega e ainda brinda o comprador com itens como banco do motorista refrigerado, controles de tração e estabilidade (que a GM capou do Tracker importado ao Brasil), farol com acendimento automático, ar-condicionado digital e câmbio com possibilidade de trocas manuais — a alavanca do Tracker até possui um botão para tal fim (que já foi visto em outros carros da marca), mas a solução é tão imprópria que sequer vale ser citada.
Trem-de-força
Falando apenas de trem-de-força, o Creta é mais potente (são 166 cavalos contra 153 cv, sempre com etanol), mas é menos torcudo (20,5 kgfm do Hyundai, contra 24 kgfm do Chevrolet). Na prática, o Tracker arranca na frente no semáforo, mas perderia caso houvesse uma disputa de velocidade final. O consumo do carro da GM é melhor por conta da concepção mais atual do motor, que conta com turbo, mas também da ação do câmbio de seis marchas, que é mais preciso que o da Hyundai (esse também tem seis marchas, mas sua programação se mostra indecisa em certas ocasiões).
O design
Visualmente, ambos chamam a atenção e têm desenhos que agradam, mas com escolas opostas. O Tracker é estiloso e foi renovado de forma a repetir o sucesso de Cruze (no Brasil), Camaro e Impala (em outros mercados), mas tropeça demais no interior simplificado. Já o Hyundai Creta faz o “avesso” da GM: é bem conversador, ao estilo “caixote”, no exterior. De resto, é cheio de boas sacadas para não ficar datado, como ousadia nas cores, uso coerente de LEDs, acerto no uso dos cromados e revitalização do interior com faixas em tons contrastantes nos bancos de couro e no revestimento de portas e painel.
Espaço interno e isolamento acústico
Se qualquer Chevrolet acaba sendo suave ao rodar e tem enorme rede de concessionárias e oficinas de serviços pelo país, o Tracker não é diferente, mas o motorista e seus passageiros ainda podem perceber algum aperto, sobretudo na comparação com o Creta — este tem um “latifúndio” de espaço e porta-malas — que, no fim das contas, se não é tão suave no trato, pelo menos tem bom isolamento acústico.
Nos detalhes, percebe-se que a GM cortou um pouco mais do que acrescentou, permitindo ao modelo da Hyundai chamar mais atenção e se posicionar como opção mais acertada ao HR-V após todas as considerações.