LatinNCAP acusa fabricantes de quererem ganhar dinheiro com itens de segurança

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Ítens de segurança
Alejandro Furas, diretor técnico da LatinNCAP

Se um equipamento custa apenas US$ 60 (menos de R$ 200), por que alguns fabricantes cobram R$ 4.000 ou mais para oferecê-lo aos consumidores? Foi neste tom que Alejandro Furas, diretor técnico da LatinNCAP, questionou o fato de os fabricantes quererem ganhar dinheiro com itens de segurança em entrevista ao site Argentina Autoblog.

 O  jogo dos fabricantes

“Lamentavelmente, os fabricantes oferecem o controle de estabilidade (ESP) como item de luxo e cobram muito por ele mesmo que o custo da uma unidade de processamento, se o carro já tiver ABS (obrigatório no Uruguai, Argentina e Brasil, por exemplo), seja de US$ 60 ou menos. Quando os governos não exigem ESP de série, eles estão fazendo o jogo dos fabricantes e lhes dando campo fértil para que continuem a ganhar dinheiro vendendo o ESP a preços exorbitantes, em combinação com outros itens opcionais que não acrescentam nada à segurança do veículo”, disse Furas.

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Sabemos que o custo de um equipamento não necessariamente é o que ele acrescenta a cada unidade produzida, mas também o de colocá-lo no veículo. Em outras palavras, o de fazê-lo funcionar corretamente, com todo o desenvolvimento que isso exige. Mas boa parte dos modelos que poderiam receber ESP (ou ESC, dependendo da marca) já o receberam no exterior, o que torna o desenvolvimento teoricamente mais simples (e barato).

Itens não deveriam ser opcionais

O que Furas parece questionar é que estes itens já deveriam estar presentes nos veículos desde o lançamento. “Seria bom não ter de esperar pela boa vontade de uma marca para demonstrar esse tipo de coisas. E que os governos da região começassem a exigir as provas do LatinNCAP para todos os modelos vendidos em seus mercados.”

A intenção seria dar aos consumidores acesso ao nível de segurança que cada modelo oferece. “Pelo menos até que se incorporem as normas e seu controle apropriado, é bom o consumidor saber que tipo de segurança tem um eventual veículo que ele queira comprar”, disse Furas. “Insistimos que os governos não apenas estão atrasados nos requerimentos de segurança, mas também na correta aplicação do controle do que se produz na região. Em 2016, mostramos mais de um caso a respeito disso.”

seg-02Enquanto segurança for item de luxo, não dá para culparmos apenas a imperícia e a negligência dos motoristas sul-americanos e especialmente dos brasileiros pela enorme quantidade de mortes que enfrentamos aqui ano após ano.

Fonte: Argentina Autoblog

Fotos: divulgação