As montadoras da Argentina, as fabricantes de autopeças e sindicatos, juntamente com os governos regionais e federal assinaram um acordo para promover o avanço da indústria automotiva local.
Metas estabelecidas
Entre as metas estabelecidas, estão a de dobrar a produção para 1 milhão de veículos até 2023, criar 30 mil postos de trabalho no período e concretizar investimentos previstos na ordem de US$ 5 bilhões para os próximos dois anos.
Também está prevista uma maior integração local de autopeças com o objetivo de alcançar níveis internacionais de qualidade, sendo 33% em 2019 e 40% em 2023, uma maior especialização e escala de produção, além de maior integração em mercados regionais e cadeias globais de valor; desenvolver novas tecnologias de motorização e em autopeças; exportar pelo menos 35% da produção para mercados fora do Mercosul e buscar uma política de preços em linha com mercados similares.
O acordo setorial
O acordo setorial foi firmado no último dia 15 e é uma continuação do diálogo entre os envolvidos que começou em 2016 e que resultou em uma série de medidas previstas tanto para a iniciativa privada quanto para a pública a fim de dar impulso à indústria. Entre elas ficou estabelecido um roteiro para elevar a produção local gradualmente, saindo de 493 mil em 2016 para 750 mil em 2019 até alcançar 1 milhão em 2023.
Participaram da assinatura do acordo os representantes da indústria: Adefa, associação das montadoras, Afac, associação das autopeças, e a Adimra, entidade da indústria metalúrgica; os sindicatos: UOM, sindicato dos metalúrgicos, Asimra, sindicato dos supervisores metalúrgicos, e Smata, sindicato dos metalmecânicos e afins do transporte automotivo, bem como os governos locais de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé, que são os maiores polos automotivos do país.
Economia desenvolvida e inclusiva
“Queremos avançar para uma economia desenvolvida e inclusiva, gerar cada vez mais empregos, fazer crescer a nossa indústria, com o aumento da produção e maior acesso aos bens de consumo. Este acordo nos aproxima deste norte que nós temos traçado como governo”, declarou o ministro da Produção da Argentina, Francisco Cabrera.
O plano 1 milhão, como está sendo chamado, está dividido em diferentes ações e metas para o setor público e privado, além dos sindicatos. O acordo determina que a indústria (montadoras e autopeças) se comprometa a avançar em seus projetos de investimento no âmbito da lei sobre o desenvolvimento e fortalecimento das autopeças no país; apresentar ações de curto e médio prazos para o cumprimento do acordo automotivo Flex com o Brasil firmado em 2016 e com vigência até 2020; articular uma proposta que promova a renovação da frota circulante, especialmente o que se refere aos transporte de carga e passageiros; e a presentar uma proposta a fim de fortalecer a articulação da área de pesquisa e desenvolvimento do setor privado com o setor científico e tecnológico.
A tarefa dos sindicatos
Já os representantes dos diferentes sindicatos envolvidos no acordo deverão articular em conjunto uma proposta de capacitação de trabalhadores para novas tecnologias, além de um plano de ação para melhorar a produtividade e reduzir o absenteísmo para 5% em 2019 e 3% em 2023.
Por sua vez, o setor público, que envolve o governo federal, por meio do ministério da Produção, bem como os governos regionais de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé, pode adicionar outras províncias interessadas no acordo.
Entre seus principais compromissos firmados estão o de manter em operação e pleno funcionamento a Lei de Desenvolvimento e Fortalecimento das Autopeças Argentinas; avançar em questões regulatórias, que reduzem as tarifas de autopeças importadas, fornecer financiamento específico em condições competitivas pelo BICE (Banco de Investimento e Comércio Exterior) ou outros instrumentos para dar andamento a investimentos críticos e urgentes no segmento de autopeças; estabelecer um novo quadro tarifário para a venda de veículos híbridos e elétricos; buscar o avanço nas negociações internacionais que visam a abertura para novos acordos bilaterais em novos mercados para atenuar o impacto da queda das vendas ao Brasil.
No âmbito do governo
Ainda no âmbito do governo, se destacam analisar possíveis ações sobre as etapas de venda de veículos a fim de reduzir seus custos e melhorar o processo de formação de preços ao público; analisar de forma articulada com as várias partes interessadas uma política consensual a respeito do uso de biocombustíveis; articular um estudo e implementação de normativa e requisitos associados à segurança veicular juntamente com o setor privado, com a Agência de Segurança Viária e demais órgãos competentes. Por fim, está nas mãos do governo rever a carga tributária de toda a cadeia produtiva e de valor do setor, no âmbito da eficiência e competitividade fiscal.