Carro elétrico de R$ 100 mil? BYD Seagull chegará ao Brasil em 2024

Subcompacto elétrico 'puro' da BYD é bem equipado, tem 300 km de alcance e custa o equivalente a R$ 54 mil na China

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BYD SeagullBYD Seagull

BYD Seagull – O novo BYD Seagull já está confirmado para o Brasil. Apresentado oficialmente em abril, o carro elétrico mais barato da BYD, que já é sucesso de vendas na China, será lançado por aqui em 2024 apostando em custo-benefício e ampla oferta de tecnologia para enfrentar a concorrência.

E quem confirmou a vinda do subcompacto elétrico ao país foi Stella Li, vice-presidente global da BYD, em uma longa entrevista ao Globo, onde falou sobre eletrificação, tecnologia, comportamento do consumidor e investimentos no Brasil.

A executiva destacou a matriz energética limpa do Brasil, o que amplia as vantagens de adotar carros elétricos por aqui.

“No Brasil, a eletrificação é o destino, não há como voltar atrás, porque vocês já têm uma matriz elétrica muito limpa aqui naturalmente.”

“Os dados mostram que se você dirige um carro elétrico, você economiza muito dinheiro, é mais barato. Então, esse tipo de informação está sendo percebida pelo consumidor.”

Além disso, quanto questionada sobre o papel do etanol, Stella faz uma previsão: acredita o que o mercado nacional será 50% de veículos elétricos e 50% de híbridos plug-in, que poderão utilizar etanol: “um PHEV com bateria e etanol seria o destino final da tecnologia para o Brasil”.

BYD Seagull

Revelado no Salão de Xangai 2023, o BYD Seagull teve o registro feito recentemente junto ao o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).

Lançado na China em três versões de acabamento e com preços que variam entre 78.800 e 95.800 yuans, o equivalente a R$ 54.000 e R$ 65.000 em uma conversão direta, o Seagull é o menor e mais novo membro da linha de veículos elétricos Ocean.

Baseado na arquitetura e-platform 3.0, o visual do Seagull segue o novo padrão de design que a BYD chama de “estética marinha”, com um estilo próprio que aposta em linhas angulares.

O subcompacto elétrico mede 3,78 metros de comprimento (10 cm a mais que um Renault Kwid), 1,71 metro de largura, 1,54 metro de altura e possui distância entre-eixos de 2,50 metros (3 cm a menos que um Hyundai HB20). Para efeito de comparação, o Seagull é 345 mm mais curto, 55 mm mais estreito e 30 mm mais baixo que o BYD Dolphin, lançado na semana passada no Brasil.

O BYD Seagull está equipado com um motor elétrico de 55 kW (74 cv) de potência e 13,7 kgfm de torque que é alimentado pela bateria de lâmina (Blade) com capacidade de 30 kWh ou 38,8 kWh, suficiente para o alcance de 305 km ou 405 km pelo ciclo chinês, respectivamente – uma novidade é que o subcompacto também será oferecido mais adiante com as novas baterias de sódio, de menor custo de produção, o que ajudará a baratear ainda mais o preço final.

No interior, o pequeno BYD se destaca pelo layout de aparência moderna, com visual limpo e de poucos botões, quadro de instrumentos totalmente digital e uma tela de 10,8″ (giratória) para o sistema de informação e entretenimento.

Outro destaque é a oferta de equipamentos, acima da média para o segmento de entrada, tanto em termos de tecnologia quanto de segurança. O Seagull possui airbags laterais, controle de estabilidade e assistente de estacionamento. A versão de topo terá um avançado sistema de assistência ao motorista, com controle de cruzeiro adaptativo, frenagem ativa de emergência, reconhecimento de sinais de trânsito e alerta de saída de faixa.

Considerando que o Dolphin foi lançado pelo preço promocional de R$ 149.800 (bem menos que os R$ 180 mil estimados), o Seagull virá num patamar mais abaixo. Provavelmente, dentro da faixa de R$ 100.000 a R$ 120.000, o que forçará para baixo os preços do segmento de entrada dos carros elétricos no Brasil.

Na prática, o Seagull enfrentará concorrentes como o Renault Kwid E-Tech e JAC e-JS1, além do Caoa Chery iCar, todos eles inferiores em termos de construção, porte, equipamentos e tecnologia.

Pelo que vimos até aqui, o Seagull deve se tornar uma bela dor de cabeça para os rivais, sem contar a possibilidade de produção nacional na fábrica de carros elétricos que a BYD irá anunciar de forma oficial na Bahia nesta semana.

Fonte: O Globo