Protecionismo dos EUA gera alerta do FMI

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TÓQUIO (Reuters) – Protecionismo dos EUA – O aumento do protecionismo nas economias avançadas pode afetar a prosperidade da Ásia, enquanto a perspectiva de crescimento dos Estados Unidos permanece em dúvida devido à incerteza sobre as políticas do novo governo, disse o vice-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Mitsuhiro Furusawa.

A Ásia continua a apresentar um forte desempenho e as perspectivas no curto prazo permanecem fortes. Contudo, segundo Furusawa, em um seminário em Tóquio nesta quinta-feira, a região enfrenta riscos.

Protecionismo dos EUA e as incertezas

“As incertezas poderiam contribuir para a volatilidade financeira nos próximos meses”, disse Furusawa. Ele pediu que os governos mantenham taxas de câmbio flexíveis e usem políticas macroprudenciais. Também sugeriu que mantenham colchões de reservas mais fortes para lidar com a volatilidade do fluxo de capital.

Os mercados globais avançaram após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro. A expectativa era de que sua política inflacionária impulsionaria a economia do país.

Porém, têm crescido a cautela dos investidores recentemente. Isso se dá uma vez que as visões protecionistas de Trump podem afetar as perspectivas para o comércio global.

Em janeiro o FMI elevou as previsões para o crescimento dos EUA a 2,3 por cento neste ano contra 2,2 por cento antes, e para 2,5 por cento em 2018 ante 2,1 por cento. Mas essas previsões permanecem incertas, disse Furusawa.

A questão da China

A dependência da China de estímulos é outro risco, acrescentou ele. O FMI revisou a projeção de crescimento de 2017 do país para 6,5 por cento, de 6,2 por cento, com expectativas de apoio fiscal contínuo.

Enquanto o estímulo da China ajuda a sustentar o crescimento no curto prazo, ele implica em um aumento contínuo na relação entre o crédito e o Produto Interno Bruto, disse ele.

(Por Tetsushi Kajimoto)