O Grupo FCA encerrou 2016 com lucro líquido 47% maior do que o apurado no ano anterior, passando de € 1,7 bilhão para € 2,5 bilhões, considerando o lucro líquido ajustado (antes de juros e impostos) informa em balanço financeiro divulgado na quinta-feira, 26. O resultado após desconto ficou em € 1,8 bilhão, aumento expressivo quando comparado com os € 93 milhões de um ano antes. No relatório, a montadora aponta para este ano um crescimento de 20% no lucro líquido ajustado, para € 3 bilhões.
O faturamento líquido beirou a estabilidade, com leve aumento de 0,4%, passando de € 110,5 bilhões em 2015 para € 111 bilhões em 2016. Para este ano, a empresa prevê um aumento de 3,6% a 8%, entre € 115 bilhões e € 120 bilhões. A dívida industrial líquida fechou o ano em € 4,6 bilhões, € 500 milhões a mais do que no ano anterior. No relatório, a FCA aponta que planeja reduzir esta dívida líquida praticamente pela metade, para € 2,5 bilhões.
As vendas do grupo também ficaram estáveis, com pequeno aumento de 2%, para 4,7 milhões de unidades em todo o mundo, com destaque para o crescimento de 9% das vendas da Jeep, para 1,42 milhão de veículos.
O relatório destaca ainda os resultados na América Latina, onde a FCA conseguiu reverter o prejuízo de € 87 milhões apurado em 2015 para Ebit de € 5 milhões (lucro antes de juros e impostos). Segundo a empresa, o desempenho da região é resultado do mix de veículos que se tornou mais atrativo principalmente com os lançamentos de Fiat Toro e Jeep Compass. Além disso, a FCA registra redução nos custos de vendas, gerais e administrativos a partir das iniciativas para adequar a operação ao volume do mercado, embora tais ações tenham sido parcialmente ofuscadas por vendas menores e custos maiores de produção, por sua vez impulsionados pela inflação e novos concorrentes de mercado.
Já o faturamento líquido (ou receita líquida) do grupo na região diminuiu 3,6%, para € 6,1 bilhão, devido às vendas menores na região, que caíram 18%, passando de 553 mil para 456 mil, embora tenham sido parcialmente compensadas pelos lançamentos Fiat Toro e Jeep Compass. Segundo a empresa, o resultado reflete ainda as condições fracas do mercado brasileiro, parcialmente compensada pela melhora na Argentina.
Na região do Nafta, bloco composto por Canadá, Estados Unidos e México, a receita líquida do grupo caiu 1%, para € 69 bilhões, refletindo vendas 5% menores, para 2,58 milhões de unidades em 2016 contra as 2,78 milhões de 2015.
FCA: Aumento na EMEA, queda na Ásia
Por outro lado, o grupo ítalo- americano viu suas vendas subirem 14% na região denominada EMEA, que compreende União Europeia, Oriente Médio e África, principalmente devido ao aumento dos volumes de vendas e ao mix de produtos mais favorável, incrementado com a nova família do Fiat Tipo e os novos Alfa Romeo Giulia e Jeep Renegade. Com isto, a receita líquida subiu 7%, para € 21,8 bilhões.
Na Ásia-Pacífico, que inclui China, a FCA amargou os resultados: as vendas caíram quase 40%, para pouco mais de 91 mil unidades contra as 149 mil de um ano antes, o que fez o faturamento líquido passar de € 4,8 bilhões para € 3,6 bilhões.
Na divisão de componentes, que soma os resultados de Magneti Marelli, Comau e Teksid, a FCA registra retração de 1% no faturamento líquido, que fechou 2016 em € 9,65 bilhão sobre os € 9,77 bilhão do ano anterior, embora o lucro (Ebit, antes de juros e impostos) tenha aumentado 13%, para € 445 milhões.