Petrobras suspende oferta de gasolina de aviação importada; impacta BR Distribuidora

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Gasolina de aviação importada
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro
09/03/2020
REUTERS/Sergio Moraes

Gasolina de aviação importada

SÃO PAULO (Reuters) – A Petrobras decidiu interromper “preventivamente” o fornecimento de um lote de gasolina de aviação importada após testes realizados em seu centro de pesquisas, o que impactou também a BR Distribuidora e fez a empresa suspender temporariamente a comercialização do produto.

Em comunicado no sábado, a Petrobras disse ter identificado um lote do produto com “teor de compostos aromáticos diferente dos lotes até então importados”, embora dentro dos requisitos de qualidade exigidos pela reguladora ANP.

“A Petrobras estuda a hipótese da variação da composição química ter impactado os materiais de vedação e revestimento de tanques de combustíveis de aeronaves de pequeno porte”, afirmou a empresa, embora com a ressalva de que ainda não há diagnóstico completo que permita assegurar essa relação de causa e efeito.

Nesta segunda-feira, a BR Distribuidora disse que suspendeu a comercialização de gasolina de aviação porque tem a Petrobras como única fornecedora.

“Em que pese o produto estar dentro das especificações da ANP e certificado pelo fornecedor, a BR está suspendendo preventivamente a comercialização de AVGAS e recomendando que os revendedores de produtos de aviação e demais clientes também suspendam, temporariamente, a comercialização do produto, até que mais informações estejam disponíveis e haja orientações específicas pelos órgãos reguladores.”

O alerta da Petrobras sobre o combustível para aeronaves veio após a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) terem informado na sexta-feira a criação de um grupo de trabalho conjunto “para apurar denúncias sobre a qualidade da gasolina de aviação utilizada no país”.

As reguladoras informaram que equipes da ANP iniciaram fiscalizações, incluindo no Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo.

As denúncias foram encaminhadas às reguladoras pela Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil, que falou em ofício à Anac em “suspeita de contaminação” do combustível.

Os pilotos pediram que a agência realize uma investigação sobre as condições técnicas e de qualidade do combustível distribuído no Brasil nos últimos 180 dias.