Renault muda estratégia na China para focar em utilitários e elétricos

Montadora vai transferir à Dongfeng sua parte em joint venture que produz veículos a combustão

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Renault muda estratégia na China
A primeira fábrica da joint venture DRAC (Dongfeng Renault Automotive Company) na China fica em Wuhan: unidade deixará de produzir modelos da marca Renault, como o Kadjar

Renault muda estratégia na China

Renault muda estratégia na China – O Grupo Renault anunciou uma série de mudanças que serão adotadas na China, maior mercado de veículos do mundo. Em comunicado divulgado na terça-feira, 14, a companhia informa que vai focar suas atividades de produção e vendas nos mercados de carros elétricos e de utilitários.

O grupo decidiu transferir sua participação de 50% na joint venture Dongfeng Renault Automotive Company (DRAC) para a Dongfeng Motor Corporation. Com isso, a DRAC criada em 2013 para a produção de veículos a combustão entre Dongfeng e Renault deixará de desenvolver atividades ligadas à marca francesa. Segundo a nota, um novo plano de médio prazo do grupo que contemplará os desenvolvimentos futuros de carros de passeio serão detalhados posteriormente.

Apesar disso, a Renault diz que continuará a fornecer serviços pós-venda por meio de sua rede de concessionárias e também das redes da Aliança Renault Nissan. Na China, a empresa contabiliza o equivalente a 300 mil clientes.

A Renault e a Dongfeng continuarão sua cooperação com a Nissan para o desenvolvimento da nova geração de motores, além do fornecimento de componentes para a DRAC e a licença para motores a diesel para a Dongfeng Automobile. As empresas firmaram um acordo para trabalhar em conjunto na área de veículos inteligentes e conectados.

Para o mercado de carros elétricos, o Grupo Renault definiu que eles serão desenvolvidos por meio de duas joint ventures já existentes: a eGT New Energy Automotive e a Jiangxi Jiangling Group Electric Vehicle (JMEV), criada em 2015. Por meio dela prevê cobrir 45% do mercado chinês de veículos elétricos já em 2022, com quatro modelos, sendo um deles o Renault City K-ZE, o primeiro elétrico criado por uma joint venture.

Ainda por meio da joint venture eGT, a Renault também prevê fortalecer sua parceria com a Nissan e a Dongfeng para fazer do K-ZE um carro global. Além disso, planeja outro modelo baseado no conceito Dacia Spring para ser vendido na Europa a partir de 2021.

Já no segmento de veículos utilitários leves, a companhia se utilizará da joint venture Renault Brilliance Jinbei Automotive (RBJAC), lançada em dezembro de 2017. Por meio da expertise e tecnologias Renault, a RBJAC está modernizando os modelos Jinbei e ampliando sua gama, prevendo um total de cinco novos produtos até 2023, que poderão ser exportados no futuro.

“Estamos abrindo um novo capítulo na China. Vamos nos concentrar em veículos elétricos e veículos utilitários leves, os dois principais motores da mobilidade limpa do amanhã, tirando proveito, de forma eficiente, de nossa relação com a Nissan”, declarou o diretor de operações do Grupo Renault para a China, François Provost.