Volkswagen Argentina investe
Apesar da profunda crise que se estabeleceu na Argentina nos últimos anos o presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, avalia que a operação da empresa, no país, deve se recuperar em 2020. No ano de 2019 o país foi a principal causa do prejuízo na região que ele dirige.
A empresa espera finalizar, neste ano, um plano de investimento de USD 1 bilhão nas suas fábricas argentinas visando a manufatura de novos produtos e o aumento da produção confiando na capacidade exportadora tanto da fábrica de veículos em Pacheco, com um investimento de USD 850,00 milhões quanto na de transmissões em Córdoba, onde se investiu USD 150 milhões.
As perspectivas
Apesar das vendas de veículos, em 2019, no país, terem caído 45% sobre o ano de 2018 e ainda, diversas projeções apontem para uma nova redução de 25% nas vendas para 2020, o Executivo acha que o país já chegou ao fundo do poço e que agora a tendência seria de começar uma recuperação moderada. Neste momento a indústria no país já acumula 6 anos de quedas, que reduziram o mercado à metade, impactando diretamente as exportações de carros brasileiras que tem, no mercado Argentino, seu maior cliente estrangeiro.
Já as exportações argentinas para o Brasil, também o maior cliente externo para o setor automotivo argentino, perderam força nos últimos anos devido à retração do mercado brasileiro e a mudança do comportamento de consumo dos clientes brasileiros com crescente interesse por SUVs e consequente desinteresse pelos modelos produzidos na Argentina. Hoje as montadoras instaladas na Argentina só exportam para o Brasil picapes médias de alto valor agregado porém de baixos volumes de venda.
Di Si avalia que o Plano Estratégico da Indústria 2030 está sendo negociado a um ano na Argentina abrangendo montadoras, autopeças, trabalhadores e Governo, para adoção de estímulos para o setor, é altamente positivo. Este programa teve grande influência do Rota 2030 adotado no Brasil e pode ajudar a cadeia produtiva a se recuperar e principalmente, pequenos fornecedores terem mais acesso a credito que, praticamente, não existe no país hoje.
Investimentos para aumentar a produção e exportação
Grande parte da produção da Volkswagen na Argentina já é direcionada para exportação : 70% das picapes Amarok (produzidas na fábrica de Pacheco) e 95% das caixas de câmbio (manufaturadas em Córdoba) são enviadas para fábricas do grupo de outros países.
Com os investimentos realizados a empresa espera aumentar sua produção e consequentemente sua suas exportações. Uma parte dos USD 850 milhões investidos em Pacheco já está em fase final de obras numa nova linha de montagem para produzir um SUV compacto que ainda não tem nome definido e que será lançado até o fim de 2020. “Deveremos exportar mais de 70% desse modelo produzido e boa parte virá para o Brasil”, acrescenta Di Si.
Também está nos planos a produção de uma picape média compacta conhecida como projeto “tarok” que foi o nome do protótipo apresentado no salão de São Paulo em 2018. Este lançamento é esperado para 2021.
Na fábrica de Córdoba, onde são produzidas caixas de câmbio manual já foi finalizado o investimento de USD 150 milhões para produzir a nova transmissão MQ281, de 6 marchas, que será 100% exportada.