Crise econômica na Argentina
A crise econômica na Argentina aprofunda seus efeitos na indústria automotiva local, que registrou queda de 33% no volume de produção de veículos do primeiro semestre quando comparado com mesmo período do ano passado. As fabricantes associadas à Adefa entregaram 161,1 mil unidades, entre leves e pesados, contra as 242,6 mil de um ano antes.
– Veja aqui (em PDF) o resumo das estatísticas da Adefa para o primeiro semestre.
O ritmo mais lento na indústria reflete a fraqueza do mercado: de janeiro a junho, as vendas no atacado recuaram 55,6% em um ano, para pouco mais de 187 mil veículos entregues à rede de distribuição. No resultado isolado de junho, as fabricantes venderam 36,5 mil unidades no mês, 34,1% abaixo do resultado de mesmo mês de 2018, quando o volume chegou a 55,3 mil.
No entanto, na comparação de junho contra maio deste ano, houve aumento de 30,6% do volume, graças ao programa de incentivo Juni0km, lançado no mês passado e que concedeu descontos para a compra de veículos novos. O plano foi prorrogado para julho e segundo as fabricantes, os descontos serão concedidos até o fim dos estoques.
“Devemos continuar trabalhando na implementação de medidas para capacitar o setor, como as adotadas para incentivar as vendas através de bônus para os clientes, ou aqueles que foram implementados para melhorar as exportações que representaram 72% da produção em junho e 62% até agora este ano”, comentou em nota o presidente da Adefa, Luis Fernando Peláez Gamboa.
A Argentina também continua exportando menos veículos. Em seis meses, o volume foi 11,4% menor em um ano, passando de 121,5 mil para 107,6 mil unidades. Para o Brasil, que no primeiro semestre respondeu por 66% das exportações argentinas, o volume enviado foi 17% menor no período. Também caíram as exportações para o Paraguai, Equador e Uruguai, entre outros. Para a Europa, a Argentina quase não vendeu veículos este ano: a Adefa registra apenas três unidades em todo o primeiro semestre.
Sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia, o presidente da Adefa disse ser essencial continuar o trabalho de abertura para novos mercados. “Este acordo contempla um cronograma mais longo (15 anos) para o setor. Entendemos que é um momento necessário para que todos os atores façam as correções necessárias para competir com este e outros mercados e blocos. Nesta linha, trabalhamos também para melhorar o acesso aos países da América Central, de grande interesse para o nosso setor”, disse Peláez Gamboa.