Citroën C4 Cactus
Antes mesmo de seu lançamento oficial, aceleramos o Citroën C4 Cactus Shine Pack com motor 1.6 THP e câmbio automático de 6 marchas. No começo deste ano, foi a vez da versão com motor 1.6 aspirado e câmbio manual enfrentar o Nissan Kicks. Agora só faltava o teste da configuração mais procurada, que junta o motor 1.6 aspirado ao câmbio automático de 6 marchas. Não falta mais.
Prós
Em meio aos SUVs compactos, o C4 Cactus é um dos mais originais no estilo. Teto baixo, conjunto óptico frontal dividido em três partes, detalhes coloridos pela carroceria e a possibilidade de ter a capota em cor diferente da carroceria destacam-no pelas ruas. Não sei se ainda se pelo efeito novidade ou realmente pelo design, mas o fato é que o C4 Cactus chama bastante a atenção nas ruas. A mesma boa impressão vale para o interior, com acabamento acertado na montagem e na escolha de materiais, além de elementos interessantes como a faixa de tecido no painel na versão Feel Pack e a coifa de couro no câmbio.
Por R$ 87.490, o C4 Cactus Feel Pack traz itens como os controles de tração e estabilidade com assistente de partida em rampa, 4 airbags, ar-condicionado automático, central multimídia com tela de 7″ e espelhamento de smartphones, iluminação interna em LEDs, painel digital, rodas aro 17″, abertura de portas e partida via chave presencial, piloto automático e sensores de chuva e iluminação, apenas para citar os principais equipamentos. É um pacote interessante pelo preço, próximo dos R$ 85.990 do Jeep Renegade Sport e R$ 84.490 do Hyundai Creta 1.6 Smart, que são versões de entrada (e bem menos recheadas) dos concorrentes.
Felizmente, o C4 Cactus resgata os bons tempos da Citroën, quando a marca francesa fazia carros bons de dirigir e confortáveis. A engenharia brasileira teve o trabalho de subir a suspensão do crossover em 33 mm, aumentando a altura livre do solo, sem perder a dirigibilidade. O resultado é um SUV macio de rodar e com comportamento de hatch em curvas, mesmo quando provocado. Ajuda também a posição de dirigir mais baixa que nos demais SUVs e a direção elétrica com acerto correto entre a leveza nas manobras e a comunicação em velocidades mais altas.
Contras
O 1.6 aspirado da PSA já tem certa idade e não esconde isso. Chamado de EC5, é uma variação do antigo TU5JP4, que ficou conhecido quando chegaram os Citroën C3 e Peugeot 206 1.6 16V com 110 cv no começo dos anos 2000. Agora com 118 cv e 16,1 kgfm, consome mais que o 1.6 THP, turbo com injeção direta, tanto que foi substituído pelo 1.2 turbo na Europa (que ficou apenas nos planos da marca por aqui). Ao menos o câmbio Aisin de 6 marchas tem passagens suaves e faz o que pode para entregar desempenho sem gastar muito combustível. Mas a falta de torque em baixas rotações do 1.6 não ajuda. O resultado é uma aceleração de 0 a 100 km/h em 13 segundos, ao passo que um Kicks 1.6 CVT faz o mesmo em 11,6 s, e um consumo médio de 8,6 km/litro de etanol (média cidade/estrada), contra 9,4 km/litro do Nissan.
O C4 Cactus é originalmente um hatch aventureiro. Por conta disso – e alguns elementos de design -, oferece espaço interno menor se comparado aos concorrentes do segmento, principalmente no espaço para ombros no banco traseiro e pelo fato de a coluna C invadir o espaço para a cabeça dos ocupantes. No porta-malas são apenas 320 litros de capacidade (como no compacto Sandero) e um para-choque elevado que atrapalha o embarque de malas (ou cargas) mais pesadas.
A Citroën conseguiu fazer um carro que poderia mexer com o segmento. Bem aceito pelo público (chegou a vender mais que o Tracker em fevereiro) e com diversas qualidades, tem como pecado uma rede de concessionários que encolheu nos últimos anos (hoje são somente 94 pontos), principalmente em áreas mais afastadas dos grandes centros. Isso, com certeza, afasta uma parcela de possíveis clientes que, além da fama negativa da PSA no pós-venda, ainda não tem uma concessionária perto de casa.
Fotos: Leo Fortunatti
Ficha Técnica – Citroën C4 Cactus 1.6 Feel Pack AT
MOTOR | dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, 1.587 cm3, duplo comando com variador na admissão, flex |
POTÊNCIA/TORQUE | 115/118 cv a 5.750 rpm; 16,1 kgfm a 4.000 rpm (gasolina) ou 4.750 rpm (etanol) |
TRANSMISSÃO | câmbio automático de 6 marchas, tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 17″ com pneus 205/55 R17 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambor na traseira, com ABS e ESP |
PESO | 1.225 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.170 mm, largura 1.714 mm, altura 1.563 mm, entre-eixos 2.600 mm |
CAPACIDADES | porta-malas 320 litros, tanque 55 litros |
PREÇO | R$ 87.490 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR | ||
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Citroën C4 Cactus 1.6 AT | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 5,7 s | |
0 a 80 km/h | 8,9 s | |
0 a 100 km/h | 13,0 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em S | 9,5 s | |
80 a 120 km/h em S | 9,4 s | |
Frenagem (piso molhado) | ||
100 km/h a 0 | 45,8 m | |
80 km/h a 0 | 28,1 m | |
60 km/h a 0 | 15,8 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 6,0 km/l | |
Ciclo estrada | 11,2 km/l |