Mitos e fatos na lubrificação de motores – 2ª Parte

743

Gaston R. Schweizer

Graduado em Engenharia Industrial, com larga experiência em empresas de lubrificantes e diversos cursos de especialização, desenvolveu uma carreira com mais de 30 anos na Shell, STP e Repsol, tendo atuado como chefe de treinamento, coordenador técnico, responsável pelo atendimento às indústrias montadoras e de autopeças e obtenção de aprovações de produtos.

Conforme prometido, trago a segunda parte do artigo sobre lubrificação automotiva, com dicas para que você possa ficar seguro na escolha do óleo e da hora de trocar.

Troca de óleo realizada por bomba de sucção, se for corretamente realizada, não tem problema nenhum, e ainda não corre o risco de se retirar e danificar a rosca do bujão do cárter e não existe a necessidade da troca da anel de vedação.

Equipamentos de testes de aditivos de óleo de motor encontrado em pontos de venda onde se coloca um óleo de marca conhecida e posteriormente o mesmo recebe uma carga de aditivo e gera melhor resultado não tem fundamento técnico, não é desta maneira que a lubrificação ocorre dentro do motor do seu carro.

Realizar flushing para a retirada de borra e fazer uma limpeza interna total do seu motor não é recomendado por nenhum fabricante,  se seu motor apresentar sinais de borra o ideal é o exame a desmontagem e a limpeza em uma oficina especializada.

Apesar de muitos fabricantes de óleo produzirem embalagens com o bocal que facilite a saída do óleo é sempre aconselhável a utilização de um funil, pois quase sempre respinga óleo para fora, além de sujar o motor  e outras partes e colaborar para concentração de pó, modernos motores possuem catalisadores próximo ao bloco, se o óleo cair sobre ele quente pode vir a pegar fogo.

Muitos fabricantes indicam apenas a utilização de seus óleos originais em seus veículos com o risco de perda de garantia, isto não é correto, nenhum fabricante possui fábrica de óleo, e no seu manual deve existir além da indicação do óleo original as especificações de viscosidade e desempenho do mesmo, se isto não ocorrer contate a concessionária ou o setor de atendimento ao cliente do fabricante do seu carro, caso não obtenha sucesso, pense em procurar um órgão de defesa do consumidor.

Não é aconselhável a mistura de óleos de marcas, viscosidades e formulações diferentes, mas se for necessário completar e não tiver o óleo que utiliza opte por um de mesma viscosidade e desempenho.

Deve-se sempre trocar o filtro de óleo junto o óleo de motor, isto garante, além da máxima drenagem do óleo usado, a garantia de filtragem e limpeza do óleo novo.

A simples troca do anel de vedação junto ao bujão de dreno garante a boa vedação do cárter pois esta, após utilizada, perde a pressão e a boa capacidade de vedar, desde que apertada com o torque (força) permitido.

Poucos sabem , mas todos o parafusos encontrados no seu carro possuem torque especificado de aperto, dos encontrados nos cabeçotes aos das rodas, um dos motivos pelos quais às vezes elas escapam nas vias e também do bujão de dreno.

Se você instalou kit de GNV, vale a pena optar por lubrificantes mais apropriados para este combustível. É comum carros com GNV consumirem mais óleo. Eles também necessitam de intervalos diferentes de troca.

A maneira mais simples de economizar combustível, além de dirigir de uma maneira comedida, é regularmente calibrar os pneus de seu carro, repare que os taxistas fazem esta operação regularmente, não é na utilização de óleos Fuel Economy, de baixa viscosidade, que vai conseguir fazer isto, pois o percentual desta economia é quase imperceptível para um motorista comum.

Carros que andam pequenos trechos e não chegam a entrar em regime de operação, ou seja, em temperatura ideal de trabalho, ao contrário do que se pensa, operam na situação denominada de severa, e os fabricantes recomendam a redução da troca de óleo para metade do da quilometragem recomendada.

Operação severa não é a utilização do carro em rodovias e estradas em velocidades e rotações do motor permitidas, mas sim no para e anda no trânsito congestionado.

Motores que possuem turbocompressor não devem ser acelerados e forçados enquanto estiverem frios e antes de serem desligados devem permanecer em marcha lenta em torno de 30 segundos a um minuto.

O carro perde potência e superaquece quando passou – e muito – da hora de trocar o óleo.

Outros artigos do Autor

20 Perguntas e Respostas mais Frequentes sobre lubrificantes automotivos – 2ª Parte

Gaston R. Schweizer Graduado em Engenharia Industrial, com larga experiência em empresas de lubrificantes e diversos cursos de especialização, desenvolveu uma carreira com mais de...

20 Perguntas e Respostas mais Frequentes sobre lubrificantes automotivos – 1ª Parte

Gaston R. Schweizer Graduado em Engenharia Industrial, com larga experiência em empresas de lubrificantes e diversos cursos de especialização, desenvolveu uma carreira com mais de...

Mitos e fatos na lubrificação de motores – 1ª Parte

Gaston R. Schweizer Graduado em Engenharia Industrial, com larga experiência em empresas de lubrificantes e diversos cursos de especialização, desenvolveu uma carreira com mais de...

Fique de olho na borra maldita

Gaston R. Schweizer Graduado em Engenharia Industrial, com larga experiência em empresas de lubrificantes e diversos cursos de especialização, desenvolveu uma carreira com mais de...

Uso de Óleos mais viscosos em motores modernos

Gaston R. Schweizer Graduado em Engenharia Industrial, com larga experiência em empresas de lubrificantes e diversos cursos de especialização, desenvolveu uma carreira com mais de...