Na contramão do Dieselgate, GM mantém estratégia do diesel nos EUA. O Dieselgate arrastou meio mundo do diesel para a vala com o escândalo da fraude nas emissões de óxido de nitrogênio, que se descobriu depois ser altamente nocivo e o pior, foi deliberadamente ignorado pela União Europeia durante mais de uma década. Assim, em especial no mercado europeu, as vendas de carros com motor diesel despencaram e lançamentos recentes nem mais contemplam o uso desse tipo de combustível.
No entanto, alguns fabricantes “não-germânicos” continuam a investir no diesel, mas de todos, o que mais chama atenção é a General Motors. A fabricante americana não só mantém sua oferta de modelos com esse combustível nos EUA, como até preservou seu centro de desenvolvimento de motores na Europa, de onde saiu após a eliminação da Chevrolet e a vendas das marcas Opel e Vauxhall para o grupo francês PSA.
Para quem arrumou as malas e partiu, deixar para trás um centro especializado em propulsores que estrategicamente não teriam muito sucesso na nova ordem mundial (sem diesel), a GM foi bastante ousada. Localizada em Turim, Itália, a instalação de pesquisa da empresa gerou o novo motor diesel de seis cilindros em linha 3.0 Duramax para uso em picapes grandes no mercado americano. Esse propulsor, por exemplo, não cabe nas Chevrolet Colorado e GMC Canyon, por exemplo.
Como a GM não pode se utilizar da igualmente italiana VM Motori, pois esta é da FCA, a saída foi desenvolver os próprios motores diesel para os EUA, se aproveitando da expertise europeia nesse tipo de motor. Mas, o grande seis em linha não será o único a sair de Turim. De acordo com Pierpaolo Antonioli, presidente da GM Powertrain Torino, haverá motores diesel compactos de três e quatro cilindros.
GM mostra ousadia
A declaração mostra que a GM está sendo ainda mais ousada no desenvolvimento de motores diesel para carros de passeio. Para uma companhia que enxugou quase toda a operação global, apostar no óleo combustível nessa altura do campeonato parece ir de fato na contramão do fluxo. O alvo desses motores serão os Chevrolet Cruze e Equinox, que hoje usam o motor diesel 1.6 CDTI comprado da PSA. Segundo a montadora, a aposta é de ampliação das vendas nos EUA.
Mas como? A GM se baseia nos ex-donos de Volkswagen TDI. São mais de meio milhão de consumidores que foram obrigados a entregar seus carros e que não tiveram da marca alemã uma compensação em termos de produto de mesmo nível de consumo. Sem outras opções diesel na VW, ficaram órfãos. Então, é aí que a Chevrolet vê um caminho.
[Fonte: Auto News Europe]