O que se sabe sobre o modelo híbrido flex brasileiro da Volkswagen?

Montadora já informou que ele será acessível aos brasileiros, e que sua plataforma está sendo desenvolvida na Índia

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Híbrido flex da VolkswagenHíbrido flex da Volkswagen

Híbrido flex da Volkswagen – Assim como outras montadoras, a Volkswagen também prepara o seu modelo de automóvel equipado com motor híbrido flex para o mercado brasileiro. A tecnologia de powertrain é uma alternativa apontada pelas fabricantes como ideal para o processo de transição de uma frota movida a combustíveis fósseis a outra eletrificada.

Como não há recursos suficientes para financiar a transformação das linhas e fornecedores em todos os mercados onde atuam, restou às matrizes apostarem em estratégias de descarbonização mais viáveis em países em emergentes. No caso brasileiro, o etanol caiu como uma luva considerando a disponibilidade de combustível, da maturidade do sistema flex e, também, por ser algo já conhecido e experimentado pelo consumidor local.

Posto isso, a Volkswagen entra na lista das montadoras que buscam formas de viabilizar o seu modelo eletrificado flex, ao lado da Stellantis, que também desenvolve a sua oferta, e da Toyota, que já comercializa no mercado local o Corolla Cross híbrido flex. Em eventos recentes, a montadora comentou o status desse projeto e listamos aqui as informações mais recentes a respeito do híbrido flex VW.

1. Integra atual ciclo de investimento da montadora

Umas das afirmações da montadora sobre o projeto é que parte dele receberá recursos do atual ciclo de investimento reservado para a região até 2026, R$ 7 bilhões. Segundo Alexander Seitz, CEO para a América Latina, uma fração desse valor vai custear o desenvolvimento local do projeto híbrido flex. A informação é relevante porque nos dá uma dimensão de tempo — o híbrido flex não deve estar comercialmente pronto até 2026, a não ser que a montadora antecipe recursos.

2. Mas vai demandar mais recursos

O executivo também informou que um investimento adicional deverá ser feito para conduzir o desenvolvimento do híbrido flex nacional da Volkswagen, e que esta fase final do aporte, digamos, envolverá o custeio da parte fabril do modelo, com adapatação das linhas de montagem existentes no Brasil ou eventualmente na construção de uma dedicada ao modelo.

3. Skoda lidera o desenvolvimento da plataforma

Está nas mãos da Skoda, uma das subsidiárias do Grupo Volkswagen, o desenvolvimento de um chassi que seja compatível com a tecnologia híbrida flex, o que não possível com as atuais plataformas que a VW utiliza no mundo, a MQB, sobre a qual são construídos Polo, Virtus, Nivus e T-Cross, e a MEB aplicada em modelos elétricos. O projeto está em desenvolvimento na Índia e tem como target veículos para mercados emergentes.

4. Modelo acessível aos brasileiros

O novo CEO da VW no Brasil, Ciro Possobom, afirmou que o modelo híbrido flex da montadora “será acessível ao brasileiro” em termos de preço. Resta saber a qual perfil de consumidor brasileiro ele será acessível. O modelo híbrido flex que já é vendido no Brasil, o Corolla Cross, por exemplo, tem um preço que parte de R$ 180 mil.

5. Fábrica no Brasil ainda não foi definida

O CEO disse, ainda, que seguem os estudos para saber em qual fábrica será produzido o híbrido flex da montadora. A unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP) é a maior fábrica da VW no país e abriga a produção do maior número de modelos da marca. Em Taubaté (SP), são montados Polo e Polo Track. Em São José dos Pinhais (PR), hoje é produzido apenas um modelo, o T-Cross.