Graxas especiais para acoplamentos e grades elásticas

Marcos Thadeu Lobo

Engenheiro Mecânico Graduado Pela Universidade Estadual De Campinas ( Unicamp ) em 1985. Ingressou na Petrobras Distribuidora S/A em 1986 como profissional de Suporte Técnico em Produtos. E atualmente exerce a função de Consultor Técnico Sênior.

Graxas especiais

Graxas especiais – Com vistas a se aprimorar a confiabilidade e a disponibilidade de acoplamentos de engrenagens e de grades elásticas devem ser utilizadas graxas lubrificantes especialmente formuladas para esta aplicação. Em geral, a consistência  destas  graxas é  NLGI 0/1 ( intermediário entre NLGI 0 e NLGI 1 ) ou NLGI 1, são formuladas à base de sabão de lítio e levam em sua composição aditivação EP.

Figuras 1/2 – Acoplamentos: engrenagens e de grades elásticas

Graxas de múltiplas aplicações de consistência NLGI 2, por possuírem, em geral, espessante de maior densidade (peso) que o óleo lubrificante que a compõe, quando sujeitas às elevadas e contínuas forças centrífugas oriundas das elevadas rotações a que os  acoplamentos giratórios de engrenagens e de grades elásticas são submetidos tendem a ter separados o espessante e o óleo lubrificante. Em função disto, pode ocorrer a centrifugação do espessante e sua fixação na parte externa da carcaça na forma de uma massa ressequida, sendo o óleo lubrificante centrifugado na raiz dos dentes das engrenagens que fixam o cubo flexível à capa em acoplamentos de engrenagens ou ao fundo dos dentes do cubo que fixam as grades elásticas em acoplamentos de grades elásticas.

Figuras 3/4 – Acoplamentos avariados: uso de graxa inadequada

Ocorre, porém, que o óleo lubrificante separado do espessante da graxa e depositado na  raiz dos dentes das engrenagens (acoplamentos de engrenagens) ou ao fundo dos dentes do cubo (acoplamentos de grade elástica) é de pouca valia em termos de lubrificação, visto ser nos flancos dos dentes (parte superior) a área onde se faz necessária a presença de película de óleo lubrificante, com vistas à separação das superfícies metálicas em movimento relativo, de forma a se evitar o desgaste corrosivo por “fretting”. Pode-se, para auxiliar na lubrificação e impedir o desgaste corrosivo por “fretting”, acrescentar à graxa aditivos sólidos (ex.grafite) por sua elevada adesividade ao metal.

Figuras 5/6 – O óleo lubrificante não deverá se separar do espessante da graxa

Para que a separação entre espessante e óleo lubrificante da graxa não venha a ocorrer, é necessário que a densidade (peso) do espessante que compõe a graxa a ser utilizada em acoplamentos de engrenagens ou de grades elásticas seja bastante próxima ou menor (mais leve) que a densidade do óleo lubrificante que compõe a formulação deste tipo de graxa, de maneira a garantir que as superfícies metálicas em movimento relativo tenham lubrificação adequada.

Figuras 7/8 – Graxa adequada = confiabilidade e disponibilidade