Fabricantes de veículos
O aumento rápido do número de casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) deve parar totalmente a produção de veículos no Brasil. Em comunicado divulgado na quinta-feira, 19, a Anfavea, entidade que reúne as fabricantes do setor, informa que todas as suas associadas estão se preparando para adotar medidas de paralisação em suas fábricas de automóveis, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e de construção espalhadas pelo País.
Na nota, a entidade reforça que o foco é a “segurança e a saúde dos familiares e funcionários das montadoras associadas”. A associação acrescenta que cada empresa está discutindo caso a caso com seus respectivos sindicatos. A Anfavea não detalhou quando as montadoras devem adotar a paralisação e por quanto tempo ela deve durar.
A interrupção da produção de veículos pode envolver os 126 mil empregados diretos da indústria, conforme os dados mais recentes da Anfavea sobre emprego. No entanto, a paralisação das fábricas deverá afetar outras centenas de milhares de pessoas que trabalham na cadeia de fornecedores.
FABRICANTES JÁ ANUNCIARAM PARALISAÇÕES |
Algumas montadoras já anunciaram que vão parar suas operações como forma de ajudar a conter a propagação do novo coronavírus no Brasil e proteger seus funcionários e familiares. É o caso da General Motors e da Mercedes-Benz, que na quarta-feira, 19, informaram a adoção de férias coletivas em todas as suas fábricas no País a partir do dia 30 de março.
No caso da Mercedes-Benz, a empresa informou que as férias coletivas serão para os 10 mil trabalhadores e vão durar, em princípio, 20 dias, entre 30 de março e 19 de abril, com retorno previsto para o dia 22, dependendo da situação no País. Também haverá folgas a serem debitadas no banco de horas nos dias 25, 26 e 27 de março e também em 20 de abril.
A GM, que possui cinco fábricas no Brasil (Gravataí/RS; São Caetano do Sul, São José dos Campos, Mogi das Cruzes/SP e Joinville/SC) não divulgou o período de férias.
Por sua vez, a Volkswagen informou nesta quinta-feira, 19, que vai suspender as operações de todas as suas fábricas no País a partir da próxima segunda-feira, 23 (São Bernardo do Campo, Taubaté, São Carlos/SP e São José dos Pinhais/PR). Em nota, a montadora informa que até 30 de março os empregados da área administrativa continuam em trabalho remoto (home office) e que os funcionários das linhas de produção terão folgas por meio de banco de horas. A partir de 31 de março, os empregados estarão em férias coletivas por duas semanas.
Segundo a VW, ambas as medidas fazem parte das ferramentas de flexibilização previstas em Acordo Coletivo de Trabalho.
O Grupo Volvo também vai dar férias coletivas para todos os 3,7 mil funcionários de sua fábrica de Curitiba (PR), onde são produzidos caminhões, ônibus, motores, caixas de câmbio e cabines. A medida vale a partir do dia 30 de março e vai durar um mês.