Sandero 1.6 CVT duela com Argo 1.8 AT entre os hatches automáticos

Agora com caixa CVT e preço próximo do Fiat, Renault quer elevar o padrão de seu compacto

213

Sandero 1.6 CVTSandero 1.6 CVT

Após Ka e Gol fazerem companhia a Onix e Etios, agora é o Sandero o mais novo hatch compacto a ganhar opção de câmbio automático – desta vez uma caixa CVT bem mais moderna que a transmissão de 4 marchas que equipava o modelo no começo de sua carreira. O preço, porém, ficou um pouco acima do patamar dos automáticos mais baratos do mercado, que custam menos de R$ 60 mil, colocando-o num pelotão intermediário do segmento. Ou seja, acima desta turma citada no começo, mas abaixo de Polo e Yaris, por exemplo.

Vejamos: tabelado a R$ 65.490, o Sandero 1.6 CVT Intense vai direto ao encontro do Argo Precision, que agora na linha 2020 é vendido exclusivamente com câmbio automático, por R$ 63.990 (menos do que custava no lançamento em 2017, mas isso tem uma explicação). Hora então de colocá-los lado a lado, nas ruas e na pista de testes, para ver quem se dá melhor.

Espaço e praticidade

O desafiante Sandero tem novidades de conforto que vão além do câmbio CVT. A Renault alterou os bancos tanto na estrutura quanto no tecido, deixando-os bem mais cômodos. Passei bastante tempo no trânsito e posso afirmar que o assento ficou mais confortável que o do Argo. O revestimento também é mais agradável ao tato, com uma mistura de couro e tecido que lembra camurça. A ergonomia também ficou melhor com os botões dos quatro vidros elétricos na porta do motorista (antes os traseiros ficavam no painel).

Comparativo: Renault Sandero CVT x Fiat Argo AT
Comparativo: Renault Sandero CVT x Fiat Argo AT

O novo volante do Sandero veio do Clio europeu, e é uma peça bonita e com boa pegada. Pena que a Renault brasileira não aproveitou todos os seus recursos e deixou os comandos do som naquele velho apêndice na coluna de direção, ao mesmo tempo em que há teclas vazias no volante. Algo me diz que a turma dos cortes de custo ganhou essa parada, da mesma forma que no botão de acionamento do piloto automático, que se manteve no painel.

De resto, o hatch da Renault segue com amplo espaço interno e o maior porta-malas do segmento, com 320 litros. O Argo também oferece bom espaço para seu porte, mas ainda assim está num nível abaixo do rival. Fora isso, o Fiat tem incômodos como o puxador de porta muito saltado na porta dianteira, que resvala na perna do motorista, e a falta de mais espaços para pequenos objetos – há apenas um porta-trecos pequeno à frente do câmbio e um raso espaço sob o freio de mão.

Comparativo: Renault Sandero CVT x Fiat Argo AT
Comparativo: Renault Sandero CVT x Fiat Argo AT

Os dois oferecem boa posição para dirigir, a despeito da falta de regulagem de profundidade do volante do Sandero. A coluna do Fiat tem ajuste duplo, mas o banco do motorista é excessivamente alto. Fora isso, seus pedais são mais próximos e a caixa de roda adentra mais a área dos pés, o que não acontece no Renault. No Sandero o motorista viaja mais folgado e tem a sensação de estar num carro maior.

Vantagem: Sandero CVT