Importadoras da Abeifa revisam projeção de vendas para baixo

Associadas esperam emplacar 40 mil veículos; previsão anterior apontava 50 mil licenciamentos para o ano

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As importadoras de veículos associadas à Abeifa revisaram e divulgaram na quarta-feira, 3, nova projeção de vendas para o ano, desta vez para baixo. As dezesseis marcas agora esperam emplacar 40 mil unidades em 2019, o que se confirmado, representará crescimento de 6,4% sobre os 37,5 mil veículos licenciados no ano passado. Em sua primeira previsão, divulgada em janeiro, a entidade projetava vendas de 50 mil veículos em 2019.


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Este também seria o melhor volume desde 2015, quando as vendas da entidade somaram 59,9 mil. O recorde de vendas das importadoras é de 2011, quando o mercado absorveu 199,4 mil veículos de marcas da Abeifa. A nova previsão aponta para a produção de 55 mil veículos em 2019, o melhor volume desde que algumas associadas começaram a também fabricar veículos no Brasil, em 2013.

De acordo com o presidente da Abeifa, José Luiz Gandini, a alta do dólar e a volatilidade cambial continuam prejudicando o setor. No primeiro semestre, a queda das vendas de quase 10% com relação ao mesmo período de 2018 motivou a revisão das previsões. Além disso, o executivo aponta uma economia letárgica, o que também influencia no baixo índice de compras pelos clientes.

“Para conseguir chegar aos 50 mil vendidos este ano, teríamos que vender mais de 4 mil veículos por mês, o que hoje é praticamente impossível de realizar”, disse Gandini em uma reunião com imprensa em São Paulo. “Apesar disso, acreditamos que o segundo semestre será mais forte do que o primeiro – historicamente sempre é – e também teremos sete dias úteis a mais, o que pode ajudar o mercado”, completou.

Em sua nova previsão, a entidade trabalha com uma média do dólar em R$ 3,80, mas segundo o próprio Gandini, esse número pode mudar várias vezes. “Deve ficar sempre acima dos R$ 3,70, não acredito que volte a R$ 3,50, mas também não deve chegar aos R$ 4,50, por exemplo.”

O presidente da Abeifa argumenta que é inviável repassar a alta do dólar ao consumidor. Ao mesmo tempo, a estagnação da economia tem levado menos pessoas às concessionárias. Com isso, ele defende a retomada do crescimento econômico como principal fator de impulso dos negócios.

“Com a aprovação das reformas, acredito que investidores verão com bons olhos o futuro e a saúde financeira do País, o que pode atrair investimentos. Muitos empresários não vão fazer nada agora, não vão investir neste momento, enquanto as reformas não forem aprovadas. Eles estão esperando resolver essa questão para só então avaliarem novos investimentos no Brasil. Eu mesmo não investiria neste momento no País”, comentou Gandini.

Desempenho do mercado

De janeiro a junho, as associadas à Abeifa registraram 16,2 mil veículos, considerando apenas os importados, volume 9,6% menor que o resultado do primeiro semestre do ano passado, quando os emplacamentos alcançaram as 17,9 mil unidades. Já a produção nacional das quatro associadas que têm fábrica no Brasil – BMW, Caoa Chery, Land Rover e Suzuki – aumentou 44,1%, para 14,5 mil unidades, puxada pela Caoa Chery, cuja produção quase triplicou no período, ao entregar 8,5 mil veículos. As demais fabricantes registraram queda nos volumes produzidos no semestre.

Na soma de veículos importados com os nacionais, as vendas das associadas à Abeifa chegam a 30,7 mil unidades, aumento de 9,7% sobre as 28 mil de um ano atrás.