Produção de veículos
A produção de veículos deve ter alta de 5% em 2019, atingindo um total de 3,15 milhões. A estimativa é do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). A informação partiu do presidente da entidade, Dan Ioschpe, durante o 6º Fórum IQA da Qualidade Automotiva, realizado em 10 de setembro em São Paulo.
Ioschpe admite que a estimativa de alta é pequena, mas recorda que o ano que se aproxima será o terceiro consecutivo de crescimento. Foram 24% em 2017 e serão 12% em 2018. Durante o evento, Ioschpe comemorou a inserção da cadeia de autopeças no programa Rota 2030, mas lamentou a falta de esforço por parte do governo para a simplificação da tributação no setor.
Empresas de autopeças
Para as empresas de autopeças, a insegurança jurídica em todas as áreas (trabalhista, tributária e ambiental) também permanece como entrave, assim como o excesso de burocracia, juros elevados e logística deficiente.
Dan Ioschpe recorda que o faturamento dos fabricantes de autopeças deve fechar 2018 com alta de 14,3%, mas a balança comercial terminará o ano deficitária em US$ 6 bilhões. Para o Sindipeças, o equilíbrio no comércio internacional de componentes passará, entre outros pontos, pela melhora nos acordos com o Mercosul, com o México e, na sequência, com o Japão e outros países e regiões relevantes.
Assim como o Sindipeças, a Anfavea, associação que representa os fabricantes de veículos, também ressaltou a importância de a Medida Provisória do Rota 2030 ter contemplado as empresas de autopeças: “O programa valoriza a pesquisa e desenvolvimento e é importante reter esses conhecimentos e talentos criados localmente”, afirma o presidente da Anfavea, Antonio Megale.
“Não podemos desprezar nosso conhecimento em biocombustíveis e a possibilidade de utilização futura do etanol como fonte de energia em células de combustível”, diz o presidente da Anfavea. |
Ele recorda que a importação de componentes pelo regime de ex-tarifários (que beneficia itens sem similar nacional com tributação reduzida) terá como contrapartida o investimento local por seus fabricantes em pesquisa e desenvolvimento.
Megale acredita que o Rota 2030 vai favorecer as autopeças brasileiras, assim como o Inovar-Auto fez com os automóveis. Ele cita como exemplo o aumento da fatia no mercado chileno. “Com a modernização de nossos veículos, conseguimos aumentar de 3% para 9% nossa participação no Chile, um país aberto e que importa veículos do mundo inteiro”, conclui Megale.