Abertura ao comércio internacional: tornando o Brasil mais competitivo

A Conclusão é dos participantes do Seminário Competitividade em Serviços e Inserção Internacional, promovido nesta segunda-feira (14) pela Câmara de Comércio Internacional

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Comércio mundial ganha força, indica OMC
Comércio mundial ganha força, indica OMC

Abertura ao comércio internacional

Para aumentar a competitividade da economia brasileira é preciso aumentar a abertura ao comércio internacional de serviços, em paralelo com a agenda de reformas domésticas. Essa foi a conclusão dos especialistas que participaram do seminário Competitividade em Serviços e Inserção Internacional: uma Abordagem Setorial, realizado pela Câmara de Comércio Internacional (ICC, da sigla em inglês) nesta quarta-feira (14), em São Paulo. O evento ocorreu durante o lançamento da Comissão de Comércio Internacional da ICC e teve a Confederação Nacional da Indústria (CNI) como parceira.

China e Índia priorizaram a abertura comercial unilateral

De acordo Lucas Ferraz, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro de cátedra da Organização Mundial do Comércio (OMC), países como China e Índia fizeram um processo em que se priorizou a abertura comercial unilateral e, como sequência, trabalharam em agenda de reformas pressionada pela própria abertura comercial. “Há relação direta entre a eficiência em serviços e a maior inserção em cadeias globais de valor”, destacou Ferraz.

Brasil precisa aumentar abertura ao comércio internacional de serviços para ficar mais competitivo
Brasil precisa aumentar abertura ao comércio internacional de serviços para ficar mais competitivo

“No Brasil, ainda temos grandes desafios em relação à produtividade, que é quatro vezes inferior à norte-americana; e em relação a barreiras comerciais, já que a importação de serviços no país é três vezes mais cara que a compra de fornecedor nacional”, completou.

O diretor de Políticas e Estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes, afirmou que, mesmo com os desafios em relação à produtividade e à maior abertura ao comércio internacional de serviços, o Brasil teve crescimento no comércio internacional de serviços maior que a média mundial.

Enquanto que a média global de aumento do comércio de serviços foi de 16% entre 2002 a 2008, no país o crescimento médio anual foi de 18,5%. “Além disso, boa parte das exportações brasileiras de manufaturados embute serviços”, disse o diretor da CNI. De acordo com dados da FGV, 50% das exportações mundiais correspondem a serviços.

Abertura ao comércio internacional

O presidente da Comissão de Comércio da ICC, Daniel Godinho, destacou a importância de se criar política transversal que atenda à diversidade do setor de serviços. “Cada setor exige uma estratégia diferente. A parceria do setor privado com o governo poderá ajudar o país a mirar nas políticas a serem adotadas, para maior inserção nas cadeias globais de valor”, ressaltou Godinho.

Imagem relacionadaO secretário de Comércio e Serviços do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, Marcelo Maia, reconheceu que há desafios para se alavancar a inserção do Brasil no comércio internacional de serviços, a começar pela maior clareza na regulamentação. “É preciso começar pelo próprio conceito de ‘exportações de serviços’, que teria isenção de tributos”, comentou.

No entanto, Maia destacou que o país fez avanços em relação ao comércio eletrônico, setor em que desenvolve parceria com a China, e a adesão recente à Associação Latino-americana de Exportadores de Serviços.

Por Maria José Rodrigues, de São Paulo
Fotos: Adri Felden/Argosfoto
Para a Agência CNI de Notícias