Alinhado com as tendências atuais da indústria, o Grupo BMW vem aumentando a integração entre homem e máquina em suas fábricas. Robôs leves, ferramentas digitais e exoesqueletos auxiliam as pessoas diretamente em suas atividades, o que torna a produção mais ágil e mais adaptável.
A modernização das fábricas tende a reduzir a quantidade de tarefas cansativas e ergonomicamente desfavoráveis. “A digitalização nos permite mais opções para gerenciar os sistemas de produção. As pessoas ficam mais livres para dedicar-se a questões mais complexas dentro da produção”, afirma o chefe para sistemas de produção e engenharia de fábricas do Grupo BMW, Christian Dunckern.
Sistemas de suporte
Além do auxílio de robôs e ferramentas inovadoras, novos sistemas de suporte auxiliam em tarefas repetitivas e extenuantes. Na linha de produção, os robôs leves não têm ponto fixo. São móveis e podem ser aplicados em mais de uma etapa.
O primeiro robô leve a integrar a linha de produção da companhia chegou em 2013, na fábrica de Spartanburg, nos Estados Unidos, e foi apelidado pela equipe local de “Miss Charlotte”. Sua função básica era montar o isolamento acústico das portas. Ele continua em operação. Hoje, outros 40 robôs leves atuam nas plantas do grupo; até o meio do ano, a previsão é de que esse número suba para 60.
A fábrica da montadora em Dingolfing
A fábrica da montadora em Dingolfing, na Alemanha, conta com um robô preso ao teto cuja função é erguer as engrenagens, que pesam cerca de 5,5 quilos, e encaixá-las sem causar danos às rodas dentadas. Esse tipo de trabalho se torna mais seguro à medida que sensores especiais monitoram todo o processo e param o trabalho imediatamente se um obstáculo for detectado.
A aplicação do adesivo no para-brisa dos carros é uma tarefa que envolve a cooperação entre homem e máquina. Acola é muito viscosa e deve ser aplicada de maneira uniforme, sem desníveis. Na planta de Leipzig, um robô leve executa o serviço com auxílio dos trabalhadores, melhorando o índice de acerto.
Os robôs leves também garantem a segurança dos humanos, já que podem ser aplicados em áreas onde há grandes sistemas robóticos, protegidos por cercas. Sua flexibilidade e o pouco espaço ocupado permitem que as pessoas acessem os locais com a ajuda dessas novas máquinas, minimizando riscos.
CELULARES E TABLETS
Os smartphones acumulam uma série de funções nas linhas. Diversas tecnologias inovadoras derivam da mobilidade oferecida por esses sistemas, especialmente no ambiente de produção. No caso do grupo alemão, luvas especiais com leitor de código de barras diminuem o tempo de trabalho, escaneando os objetos com um toque do polegar no botão acoplado no indicador; 230 dessas luvas tecnológicas estarão em uso até o fim deste ano nas plantas do grupo.
Outro exemplo é o uso de realidade aumentada por intermédio de aparelhos como tablets, que proporcionam a visualização hipotética de um componente sobreposto a outro, conforme especificações virtuais. Isso permite comparar e fazer avaliações prévias, simulações e resolver potenciais problemas.
A realidade aumentada
A realidade aumentada é aplicada nas fases de validação de conceitos, inspeção das primeiras amostras, avaliação de ferramentas e na manutenção dos sistemas em uso. Exoesqueletos que podem ser “vestidos” diretamente sobre o corpo atuam como um reforço, uma estrutura de suporte para o corpo. Os exoesqueletos para o tronco fortalecem os movimentos dos braços de trabalhadores que precisam fazer tarefas repetitivas, oferecendo força extra. Há 24 deles sendo aplicados nas fábricas da companhia em Spartanburg; outros 44 serão adicionados ao longo de 2017.
Exoesqueletos
Já os exoesqueletos para a parte inferior do corpo servem para melhorar a postura e oferecer alívio em atividades que requerem posições que podem afetar a saúde. Como se estivessem sentados em uma cadeira, os colaboradores trocam prolongados períodos em pé por posições mais confortáveis. O exoesqueleto para os membros inferiores funciona com talas acopladas ao tronco travadas em posições específicas. Atualmente, 11 deles já estão em operação nas fábricas do grupo.
“Precisamos estar atentos à aplicação dessas novas tecnologias ao modelo de negócio da companhia. Não há ninguém mais qualificado do que os próprios colaboradores que atuam diariamente em nosso sistema de produção para avaliar a efetividade dessa nova proposta”, conclui Dunckern.