Regime de autopeças
As autoridades brasileiras reconheceram que estão apreensivas com o novo regime de autopeças em vigência na Argentina.
A discussão fez parte da visita de trabalho do ministro argentino da Produção, Francisco Cabrera, a Brasília. Para a indústria brasileira, o sistema pode desestimular a venda de autopeças ao país vizinho, principal mercado para as nossas exportações. Cabrera liderou uma extensa delegação argentina em reuniões no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
O regime concede créditos de 4% a 15% para redução em impostos federais nos veículos fabricados pela Argentina com, no mínimo, 30% de conteúdo nacional. A decisão altera um modelo criado pela indústria automotiva que tem garantido forte participação dos fabricantes de peças do Brasil nas linhas de montagem do outro lado da fronteira.
“O governo brasileiro vem acompanhando o regime de autopeças com certa apreensão”, afirmou o secretário de desenvolvimento e competitividade industrial do MDIC, Igor Calvet.
Regime de autopeças geram divergências de pensamento
O secretário de comércio da Argentina, Miguel Braun, admitiu que há “diferenças de opinião” entre os dois lados. Lembrou, no entanto, que o país também tem dúvidas sobre programas brasileiros, em provável referência ao Inovar-Auto. “O importante é que existe um espírito construtivo neste e em todos os temas da nossa agenda conjunta”, enfatizou.
Cabrera e o ministro da Indústria, Marcos Pereira, conduziram dois dias de reuniões para preparar a visita de Estado que o presidente Mauricio Macri fará ao Brasil na próxima semana.
Valor Econômico – por Daniel Rittner