Oligopólios e ineficiência
Entrevistado pela Autoinforme, o economista Delfim Netto, professor, palestrante, consultor e ex-ministro de três governos da ditadura, disse que o que torna os preços do carro e de outros produtos no Brasil muito altos é o oligopólio e a ineficiência da economia.
Delfim Netto destacou que “é importante considerar que o Brasil é um país no qual o imposto em geral é a maior justificativa para as coisas custarem mais. Quando você desce repara nos detalhes, no entanto, vai notar que existem realmente coisas que são muito caras porque nós somos menos eficientes. Normalmente a taxa de retorno é maior do que nos demais países. Ela é seguramente maior do que no resto mundo, algo que mudou um pouco recentemente, nestes últimos meses”
“Isso basicamente se deve ao fato de o Brasil ser uma economia oligopolizada. Não há competição. Quando há, tem restrições muito grandes, o que faz com que não exista realmente um processo competitivo funcionando como acontece em quase todas as economias do mundo.”
FALTA COMPETIÇÃO
“Somos muito fechados. Na nossa economia que quem está produzindo tem praticamente o monopólio. Mesmo no caso do setor automobilístico, que tem número crescente de participantes. Ainda assim, as empresas têm uma proteção enorme. Foram construídos mecanismos que impedem a competição. Estas companhias sobrevivem porque pedem socorro ao governo. Vendem a ideia de que vão construir um carro nacional e pedem incentivos.” E prossegue: “São paliativos que não resolvem. Na verdade, essa indústria foi protegida desde o início. Inicialmente a proteção era correta, garantiu um sucesso enorme.”
“O correto seria submeter as empresas a um processo de competição. Obviamente temos uma capacidade muito superior ao potencial do mercado interno e das exportações. O Brasil detesta competição, só finge que compete. Não há um setor no Brasil que seja autenticamente competitivo. Isso significa que tem gente se apropriando de recursos.”
EMPRESA CONTROLA FROTA E OFERECE SERVIÇOS A CICLISTA
O Cadastro Nacional de Ciclistas e Registro de Bicicletas, que reúne informações sobre mais de 100 mil bicicletas e seus proprietários em várias cidades brasileiras, lançou um serviço que leva mais segurança ao usuário. Com ele, o ciclista pode localizar a bicicleta furtada ou roubada e ter as suas informações vitais em um banco de dados para caso de emergências.
Assim que uma bike roubada ou furtada for consultada, o aplicativo envia por SMS a localização aproximada de onde a consulta foi feita, permitindo que as informações sejam encaminhadas para a polícia.
Outro serviço traz informações do ciclista, como nome, documentação, contato de emergência, ficha médica, tipo sanguíneo, alergias e doenças existentes. O objetivo é que as informações fiquem disponíveis para que bombeiros, enfermeiros e médicos tenham acesso em caso de acidentes.
Este artigo foi publicado originalmente na Agência Autoinforme
joelleite@autoinforme.com.br
Joel Silveira Leite é jornalista e palestrante, pós-graduado em Semiótica e Meio Ambiente. Trabalhou em vários veículos de comunicação, entre eles no Grupo Estado (Estadão, Jornal da Tarde, Agência Estado e Rádio Eldorado) e fundou a Agência Autoinforme, primeira agência de notícias especializada no setor automotivo. Apresenta o programa Autoinforme nas rádios do Grupo Bandeirantes e responde pelo blog O Mundo em Movimento. (E-mail joelleite@autoinforme.com)