Desafios e Possibilidades para Produtores de Graxas – Parte I

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Manoel Honorato
Manoel Honorato

Manoel Honorato

Graduado em Administração e Química, é Sócio Diretor da Honorato Assessoria, desenvolve trabalhos de consultoria a toda a cadeia produtiva do setor de lubrificantes. Coordenador do Grupo de Trabalho de Graxas da Comissão de Lubrificantes do IBP.

Para quem produz graxas lubrificantes e não quer dizer que para outros segmentos a situação está mais fácil, o primeiro desafio é a mão de obra para produzí-las. Por serem em sua maioria reações químicas, dependem de um excelente entendimento entre os departamentos técnico e de produção, entre outras variáveis.

Considerando que ainda não há instituições de ensino que capacitem esses profissionais técnicos de maneira que atendam às expectativas das empresas demandantes, porém não descartando todo o acervo de informações que estão fragmentadas pelo mercado, e que precisam ser condensadas de modo a servir de referência aos interessados, há algumas alternativas.

Um bom exemplo disso é o Grupo Técnico de Graxas que se reúne no IBP- Instituto de Petróleo Gás e Biocombustíveis, vinculado à Comissão de Estudos de Lubrificantes.  Nele se reúnem profissionais especialistas da maioria das empresas produtoras de graxas lubrificantes. Esse grupo trata de assuntos técnicos do segmento, e também tem relação direta com a Comissão de Estudos de Normas de lubrificantes, ligada diretamente a ABNT. Vale informar que essa Comissão tem um trabalho de interface entre IBP e ABNT, em que normas NBR de lubrificantes são revisadas e, se for demandado, até criadas.

A partir de discussões técnicas e muito estudo, as normas são validadas, a partir de um trabalho com normas ISO, ASTM, DIN, ou outra norma que possa servir como referência para os estudos. Vale reforçar, que o trabalho é executado sempre com a participação de especialistas cedidos pelas empresas do segmento.

O espaço no GT de Graxas está sempre aberto para profissionais que queiram participar e contribuir tecnicamente, e já há alguns bons trabalhos realizados e em vigência, até na colaboração para a Resolução ANP número 22/2014, que trata de análises de graxas e novos registro junto à ANP.  Também há a participação de especialistas em regulação da ANP/CPT, profissionais de empresas produtoras de aditivos e consultores, que voluntariamente participam e contribuem para a melhoria constante do segmento.

Na busca dessa constante evolução, estamos atualmente trabalhando na questão de critérios técnicos que podem interferir na vida útil das graxas. Para tanto, contamos com contribuições de profissionais que participam de reuniões internacionais, que ocorrem periodicamente em diferentes partes, como no NLGI (sigla em Inglês do Instituto Nacional de Graxas Lubrificantes dos Estados Unidos, e também na ELGI – Instituto Nacional de Graxas Lubrificantes, na Europa, e, por último, estamos interagindo também com a ISO – Organização Internacional de Padronização onde também estão sendo discutidas várias normas para graxas.

Nesse processo, questionamos e debatemos juntos com os representantes do GT, que difunde o material que é discutido nas reuniões. Essa participação sincronizada entre profissionais técnicos do Brasil e seus pares pelo mundo, tem o firme propósito de manter a todos atualizados quanto às discussões, não importando onde, mas sempre alinhados, ou ao menos cientes do que está em pauta.

No GT de Graxas temos como objetivo primeiro de fortalecer o contato entre a comunidade técnica e interagir sobre questões eminentemente técnicas, que vão além das normas técnicas, pois discutimos questões de tendências para o mercado de graxas e também sobre matérias-primas.

Teremos, no dia 21 de julho de 2016, um evento, II Seminário sobre Lítio-Brasil – promovido pelo CETEM- Centro de Tecnologia Mineral, Coordenação de processos Minerais- COPM – Ministério de Ciência, tecnologia e Inovação – MCTI, que ocorrerá na Cidade Universitária – Rio de Janeiro.  Recebemos o convite, e teremos o honra de participar como palestrante, para falarmos da importância dessa matéria-prima em nosso segmento.

O Lítio está em “frenética” elevação de preço no mercado internacional, e penso que as causas serão tratadas também nesse evento. Traremos mais noticias sobre este assunto, após o evento, para também contribuir com o panorama de nosso setor e a importância do lítio para os produtores de graxa. No próximo artigo, daremos continuidade a essa abordagem.

Até a próxima!

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