Propulsores híbridos, híbrido plug-in e elétricos parecem bem distantes do segmento de picapes, seja nos EUA ou fora deles. Um dos veículos mais rentáveis do setor automotivo até agora não experimentou oficialmente as tecnologias associadas à redução de emissão de poluentes e consumo de combustível.
O custo proibitivo em muitos casos é um dos fatores, mas em cenários como o americano, o consumidor não quer saber de nada que não aparente robustez, nem sendo preciso ser eficiente em consumo. O que impulsiona esse desejo do consumidor é a gasolina barata, que tem impacto amortizado nos custos operacionais das picapes, mesmo aquelas dedicadas exclusivamente ao trabalho.
Obviamente, em casos mais exigentes de operação, o motor diesel entra obrigatoriamente por conta de sua força superior e não necessariamente pela economia de combustível.
Ford tenta outros meios
Como ninguém quer se arriscar – apenas a Ford decidiu evitar a hibridização com um produto feito em alumínio e dotado de motores turbinados a gasolina – a ideia é ir reduzindo o consumo e a emissão por outros meios até que se alcance um ponto sem retorno, quando será necessária a eletrificação do segmento.
A Ford, revelou recentemente que introduzirá a tecnologia de forma mascarada, não enfatizando redução de consumo e emissão, mas dando ao cliente a possibilidade de uso da energia das baterias para suas tarefas de trabalho, o que deve atrair a atenção de muita gente, que hoje em dia precisa levar consigo um gerador. Mas, a novidade ainda não tem data para chegar.
Híbrido só com kit especial
Até lá, quem quer uma picape híbrida no mercado americano, terá de recorrer ao mercado de kits de conversão, onde algumas empresas já atuam, inclusive na produção de pacotes do tipo plug-in, que permitem aos donos das picapes recarregar as baterias em casa. A empresa XL plug-in lançou um kit com essa tecnologia para a picape Ford F-150.
Sediada em Boston, a XL se especializou em hibridizar frotas de veículos ao invés de focar no consumidor comum. Com ênfase nisso, a ideia é oferecer não só custo-benefício, mas também cortar a emissão e o consumo de gasolina, que chega a 50%, de acordo com a empresa. A Ford F-150 é a mais recente adição ao portfólio de veículos que podem receber um kit plug-in, tais como caminhões Ford Série F Super Duty, vans Ford Série E, picapes e vans de Chevrolet e GMC, entre outros.
O kit da XL inclui um motor elétrico instalado no eixo cardã original do veículo, um módulo de controle, um emissor wireless para comando e controle, uma bateria de lítio de 15 kWh e um plugue para recarga externa. O melhor é que, segundo a XL, a garantia de fábrica não é afetada e o kit pode ser montado em um dia e utilizando-se de uma oficina simples. Os itens tem garantia de três anos ou 120.000 km. A empresa não divulgou o preço do kit.
