O Briefing Diplomático é o principal mecanismo de interação entre o setor industrial e o corpo diplomático em Brasília e ocorre duas vezes ao ano, no primeiro e no segundo semestre, desde 2014.
Oportunidades no Brasil
Mudança estrutural
“A queda da inflação e a redução dos juros representam uma mudança estrutural importante para o Brasil e, ao persistirem, teremos uma mudança muito forte para o sistema financeiro, com oportunidade para novos players no mercado de crédito. Ao persistir esse cenário benigno, teremos uma revolução no Brasil”, garantiu José Augusto Fernandes.
Economia brasileira teve uma recuperação mais lenta
O diretor da CNI explicou que a economia brasileira teve uma recuperação mais lenta, devido ao elevado grau de endividamento das famílias e das empresas, mas esses dois indicadores também estão melhorando. No momento, disse José Augusto, a taxa de investimento também começa a se recuperar lentamente, principalmente pela elevada capacidade ociosa da indústria.
A CNI também defendeu as reformas para a melhora do ambiente de negócios. “Espero que todos os candidatos a 2018 entendam que se a reforma da Previdência for aprovada nos próximos meses, todos poderão começar seus mandatos discutindo outros temas, num ambiente econômico mais favorável”, disse Fernandes.
O Briefing Diplomático
O Briefing Diplomático é o principal mecanismo de interação entre o setor industrial e o corpo diplomático em Brasília e ocorre duas vezes ao ano, no primeiro e no segundo semestre, desde 2014. É a primeira vez, nestes três anos, que todos os indicadores medidos pela Confederação Nacional da Indústria evoluíram de forma favorável entre todas as reuniões, indicando o fim da recessão.
Confiança do empresário industrial
Ainda de acordo com José Augusto Fernandes, a confiança do empresário industrial alcançou 56 pontos em outubro, acima da sua média histórica, a produção industrial parou de cair e teve leve melhora, a inflação está abaixo do esperado, o risco país passou de 289 pontos para 243 pontos, a intenção de investimentos subiu de 46,5 para 49,6 e o desemprego também caiu.
COMÉRCIO EXTERIOR
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, afirmou que o Mercosul e a União Europeia estão mais próximas de fecharem um acordo político até o fim do ano. Segundo o gerente-executivo de Assuntos Internacionais da CNI, Diego Bonomo, o Brasil pela primeira vez, nos últimos 20 anos, está mais dedicado a firmar acordos bilaterais, o que não significa que abandonou a estratégia multilateral. “Somos defensores da Organização Mundial do Comércio”, explica Bonomo.
Integração regional
O Brasil tem se dedicado à integração regional, por meio da revitalização econômica da agenda do Mercosul e aos acordos com os países da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Peru e México). Além disso, iniciou as negociações com os países do EFTA (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) e a CNI defende ainda negociações com os países da América Central e com o Canadá. “Vivemos hoje em busca de acesso a mercados”, destacou o gerente da CNI.
LEI DE IMIGRAÇÃO
Segundo a Confederação, o Brasil ainda é um país fechado para imigrantes, em especial para mão de obra qualificada. Dados do governo brasileiro mostram que apenas 0,3% da população é composta por imigrantes, um percentual bem abaixo da média mundial de 20%. Além disso, dos mais de 70 mil vistos concedidos em 2016, apenas 4% foram vistos permanentes.
A CNI defende uma legislação com regras claras, simplificadas e desburocratizadas para estimular a entrada de mão de obra qualificada e de investimento de empresas estrangeiras no país. Esses profissionais são necessários para ampliar investimentos em ciência, tecnologia e inovação, além de prestação de serviços. Para a instituição, a ideia é somar e não substituir a força de trabalho nacional.
Facilitação de emissão de visto e reconhecimento de diploma
Para isso, a CNI propõe a facilitação de emissão de visto e reconhecimento de diploma para atrair pesquisadores e cientistas, além de profissionais ligados à assistência técnica de bens importados. A CNI sugere que o empregador que solicitar entrada da mão de obra especializada se responsabilize solidariamente ao exercício profissional do estrangeiro, enquanto o reconhecimento do diploma estiver em curso e que o registro profissional provisório seja aceito até que o registro no conselho profissional seja concedido.
Além da obtenção do visto e do reconhecimento de diploma, os estrangeiros enfrentam demora na emissão do registro nacional de estrangeiros (RNE), carteira de trabalho e previdência social, cadastro de pessoas físicas (CPF), carteira de motorista, processo de prorrogação e transformação de vistos.
Foto: José Paulo Lacerda