Chip instalado permite fraude eletrônica na bomba de combustível
Uma matéria publicada no site do UOL, Universo Online, revelou a nova forma de fraude que está ocorre nas bombas dos postos de combustíveis dos postos de São Paulo.
Trata-se da fraude tecnológica, ou seja, os postos cobram por uma quantidade de combustível, mas entregam bem menos.
Segundo a reportagem do site
Segundo a reportagem do site, que conversou com frentistas em seis postos de diferentes regiões de São Paulo, o golpe é cada vez mais comum e ocorre quando um chip é instalado dentro da bomba que abastece os veículos. Dessa forma, o equipamento interfere no funcionamento da placa eletrônica e altera a contagem que aparece no visor.
Todo o processo é feito à distância, por controle remoto ou aplicativo de celular. Assim, o cliente que, por exemplo, compra 20 litros, recebe apenas 18 e não percebe a fraude.
Informações do Ipem-SP
De acordo com as informações do Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas), que autuou 55 postos no Estado de São Paulo entre agosto de 2016 e maio de 2017, não existe um padrão comum aos estabelecimentos onde se constatou a adulteração. Dessa forma, o recomendável é desconfiar de qualquer um. De acordo com o superintendente do Ipem-SP, Guaracy Fontes Monteiro Filho, o órgão constatou diferenças de volume, que a princípio, são desprezíveis.
“Contatamos de 10% a 12% de fraude em cima do consumidor. Ou seja, de cada 20 litros abastecidos, o cliente perde 2 litros. De 40 litros, ele perde 4 ou 5 litros, mais ou menos.
Mas, de grão em grão, a galinha enche o papo, conforme revela Guaracy. “Um posto médio em São Paulo vende, por mês, em torno de 300 mil litros de combustíveis. Se deixar de entregar de 10% a 12% disso, abocanha R$ 100 mil por mês.
Geralmente, os encarregados de acionar ou desligar o mecanismo que regula a quantidade de combustível, são colaboradores de confiança.
Dicas
Acompanhe a seguir, algumas dicas para tentar evitar ser vítima do golpe.
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Desconfie de postos com preços muito abaixo da média
Preços e promoções podem funcionar como isca. Nos postos visitados pela reportagem, em São Paulo, a média de preço do litro do etanol variava entre R$ 1,95 e R$ 2.07; da gasolina entre R$ 2.95 e R$ 3,17.
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Observe o visor da bomba de combustível
A maioria dos frentistas consultados recomenda acompanhar a quantidade e o valor do combustível comprado. Além disso, se o marcador de combustível no painel do carro estiver funcionando corretamente, o proprietário saberá quantos litros foram colocados e quanto ainda falta para completar o tanque.
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Observe a autonomia do seu veículo
Ao saber a autonomia, o proprietário sabe quantos litros o carro gastou para percorrer uma determinada distância e quantos ainda faltam para encher o tanque. Além disso, saiba quanto litros cabem no tanque do veículo.
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Em caso de suspeita, peça para verificar o funcionamento da bomba de combustível.
Todos os postos devem ter a disposição do cliente um balde para aferição, um galão de metal graduado e inspecionado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). O equipamento é utilizado para medir se a quantidade que sai da bomba está correta, ou seja, é a mesma descrita no galão de metal. Quando o frentista colocar vinte litros no galão, na bomba devem aparecer também 20 litros na bomba.
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Tente abastecer sempre no mesmo posto
Passe em frente ao posto e observe se o movimento é alto. Se estiver cheio, pode ser sinal de confiança e ética com o cliente. Se você achar um posto em que confia, continue nele.
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Em caso de suspeita, denuncie.
Para denunciar irregularidades como lacre da bomba adulterado ou quebrado, fraude na quantidade de combustível entregue e mau funcionamento da bomba, o consumidor deve ligar para 0800 013 0522 (ligação gratuita).
Além disso, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) recebe ligações gratuitas no número 0800 970 0267 para denúncias.
Devido a grande quantidade de postos, a maior parte das autuações ocorre através de denúncias.
A fiscalização tradicional, não revela a fraude eletrônica.
Separa o joio do trigo
Em resposta a matéria publicada no site do UOL, a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis de Lubrificantes), que representa 34 sindicatos ligados a 41 mil postos de combustíveis localizados por todo o país, disse que os “maus empresários” envolvidos em fraudes são minoria e representam, na realidade, uma concorrência desleal neste mercado.
O presidente da entidade, Paulo Miranda Soares, recomendou uma fiscalização mais atuante dos órgãos responsáveis para separar o joio do trigo.
Desenvolver bombas com “caixa preta”
Além disso, a Fecombustíveis está trabalhando em conjunto com duas das principais fabricantes de bombas de combustíveis: a norte americana Wayne, que possui uma unidade no Rio de Janeiro, e a Gilbarco Veeder-Root, com fábrica em São Paulo.
O objetivo, juntamente com o Inmetro é desenvolver bombas com “caixa preta” para 2018.
Dessa forma, tudo o que acontece no equipamento será registrado e no momento da autuação haverá mais provas para comprovar o ilícito praticado.