Ford estuda utilizar fibra de carbono no chassi de carros de passeio

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Embora a produção de carros com componentes em fibra de carbono geralmente se limite aos modelos esportivos e mais caros, sua adoção em veículos de passeio implicaria em vantagens muito maiores tanto aos motoristas quanto às montadoras.

Caminhando neste sentido, uma parceria entre a Ford e a fornecedora de autopeças Magna parece estar desenvolvendo – e com sucesso – novos métodos de utilizar o material em modelos comuns e em grande escala.

Há alguns dias, as duas companhias apresentaram o primeiro resultado desses esforços: um agregado dianteiro feito em fibra de carbono moldada. Máquinas como o Lamborghini Aventador, por exemplo, utilizam o material em boa parte do seu chassi, mas até mesmo nestes casos o agregado que suporta o motor costuma ser fabricado em aço.
Ford estuda utilizar fibra de carbono no chassi de carros de passeio
Ford estuda utilizar fibra de carbono no chassi de carros de passeio

De suma importância para o bom funcionamento dos veículos, esta peça é quem distribui e suporta o peso do motor sobre o chassi. Sempre que, ao assistir o processo de fabricação de um carro, por exemplo, você notar o motor sendo pousado sobre uma estrutura metálica, há grandes chances de se tratar de um agregado ou ‘subframe’, como a peça conhecida internacionalmente.

Testes otimistas

Por mais que todo o trabalho ainda esteja em fase inicial, a Magna afirmou que o componente passou por todos os testes virtuais de engenharia, mas que unidades protótipo foram enviadas à Ford para que avaliações reais de corrosão, stress e resistência a impactos sejam feitas com veículos na pista.

Também de acordo com a Magna, a nova estrutura é muito mais resistente que as similares feitas com metais, isto porque além da própria natureza da fibra de carbono, o agregado desenvolvido pelas empresas conta com menos partes móveis em sua montagem: enquanto o modelo em testes conta com apenas duas peças de fibra e quatro de metal, agregados comuns podem ter até 45 peças de aço a depender do monobloco utilizado.

Mas se é tudo tão vantajoso para consumidores e fornecedores, por que a tecnologia nunca fora utilizada antes? A resposta é simples: preço. Utilizar um material experimental em peças que sofrem stress constante dentro de um veículo é uma tarefa arriscada e bastante cara, tanto a Ford quanto a Magna não podem permitir que existam erros – nem mesmo os menores – na produção dos agregados.

Fibra de carbono

Caso tudo dê certo e a fibra de carbono passe a figurar no suporte do motor de veículos comuns, podemos esperar melhorias em performance, distribuição de peso, estabilidade e até mesmo no consumo de combustível – já que o componente moldado é até 87% mais leve que os similares feitos em aço.

De qualquer modo, não esperamos que esta venha a ser uma tecnologia acessível inicialmente: mesmo em carros de passeio, acreditamos que a proposta se limitará a grandes sedãs e modelos luxuosos da Ford. Por mais que haja esforços no trabalho com o material, a fibra de carbono ainda é bastante cara e difícil de manusear se comparada com os metais utilizados atualmente.

FONTE(S): CNET – ROAD & TRACK