Inovação em Segurança e Saúde no Trabalho e Desenvolvimento Sustentável

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Inovação em Segurança e Saúde

Em seu artigo “Inovação em Segurança e Saúde no Trabalho para o Desenvolvimento Sustentável” (Industrial Occupational Safety and Health Innovation for Sustainable Development), publicado no periódico Engineering Science and Technology, em novembro de 2016, Kassu Jilcha e Daniel Kitaw descrevem a pesquisa abordando a importância da Inovação em Segurança e Saúde no Trabalho (SST) para se alcançar o Desenvolvimento Sustentável (DS).

Inicialmente, os autores citam os três pilares clássicos do Desenvolvimento Sustentável: Economia, Sociedade e Ambiente. Assinalam, a seguir, que diversos pesquisadores estão propondo a incorporação de três outros pilares: Cultura, Política e Tecnologia, juntamente com a inovação em SST, em todas as instituições relacionadas ao trabalho, para que se atinja, efetivamente, o Desenvolvimento Sustentável.

Figura 1 – Os pilares do Desenvolvimento Sustentável: clássicos e novos

 

Acrescentam que o Desenvolvimento Sustentável será caracterizado por pessoas saudáveis, locais de trabalho seguros e saudáveis, redução das perdas resultantes dos acidentes e doenças do trabalho, ambientes controlados e uma sólida cultura de SST. Tradicionalmente, a gestão efetiva de SST não era uma preocupação de todos os dirigentes e gerentes das instituições, mas, atualmente, é considerada fundamental para o sucesso dos negócios.

A materialização do Desenvolvimento Sustentável exige que a força de trabalho, responsável pela produção de bens e serviços para o atendimento das necessidades de toda a população, esteja protegida contra acidentes e doenças, em todos os locais de trabalho.

Com base na pesquisa The relationship between occupational safety, health, and environment, and sustainable development: a review and critique, publicada no Int. J. Innovation Manage. Technol, em 2014, os autores ressaltam que Desenvolvimento Sustentável e gestão de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) têm atraído a atenção de pesquisadores nos últimos anos e que o Desenvolvimento Sustentável não pode ser imaginado sem se considerar o ambiente, a sociedade, a economia e as condições de trabalho.

Acidentes e doenças do trabalho podem ter um grande impacto negativo sobre a produtividade, a competitividade e a imagem das empresas, bem como sobre a subsistência dos trabalhadores e de suas famílias. Em nível nacional, podem causar um dano humanitário e econômico intolerável, prejudicando a reputação dos negócios e impactando negativamente o crescimento econômico.

Por outro lado, fundamentados no artigo publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) Safety and health at work: a vision for sustainable prevention: XX World Congress on Safety and Health at Work 2014: Global Forum for Prevention, 24–27 August 2014, Frankfurt, Germany/International Labour Office. Geneva, 2014, os autores afirmam que a prevenção se paga, uma vez que as perdas causadas pelos acidentes e doenças do trabalho são muito maiores do que se estimava anteriormente.

Desenvolvimento Sustentável

Os autores definem Desenvolvimento Sustentável como o uso ótimo de recursos em todos os aspectos. Na Cúpula do Rio (Rio 92), esse conceito foi definido como a estratégia para atender às necessidades da população mundial atual sem causar efeitos adversos à saúde e ao meio ambiente e sem comprometer a capacidade das gerações futuras no atendimento de suas necessidades.

Consideram o Desenvolvimento Sustentável como uma resultante do progresso global simultâneo nas dimensões econômica, humana, ambiental e tecnológica. Os ganhos adquiridos pela aplicação das Melhores Práticas de Gestão podem ser prejudicados ​​pelos elevados custos econômicos e sociais resultantes da falta de efetividade dos programas de SST.

A estratégia de Desenvolvimento Sustentável de uma organização deve ser avaliada em conjunto com outros aspectos, tais como a lucratividade, a utilização dos recursos e a efetividade dos programas de SST e de proteção ambiental (SMS). Os autores consideram que as questões econômicas e os aspectos de SST são variáveis ​​inseparáveis e que as mudanças culturais, políticas e tecnológicas são as dimensões negligenciadas na trajetória rumo ao Desenvolvimento Sustentável.

Inovação no Local de Trabalho

A inovação no local de trabalho deve promover mudanças radicais nos sistemas produtivos, aumentando a lucratividade das empresas. No entanto, a maioria das discussões e pesquisas sobre inovações está focada no desenvolvimento de novos produtos e serviços ou melhoria de processos, desconsiderando a inovação no local de trabalho.

A inovação no local de trabalho aborda como as pessoas são alocadas para melhorar seu desempenho e para criar empregos de qualidade. A definição de inovação no local de trabalho atribuída a Pot1 abrange a implementação de intervenções novas e combinadas nos campos de organização do trabalho, gestão de recursos humanos e tecnologias de suporte. É considerada complementar à inovação tecnológica e amplamente reconhecida entre os dirigentes responsáveis pela elaboração de políticas públicas na União Europeia.

A experiência sugere que a inovação tecnológica representa 25% do sucesso na inovação, enquanto que 75% correspondem à inovação no local de trabalho.2 Apesar da evidência do impacto da inovação no local de trabalho nos resultados de desempenho das organizações, poucas empresas estão investindo nessa área.

Mostra-se necessário mais foco na prática de inovação no local de trabalho e investimento em capacitação para avaliar o impacto que ela tem na melhoria dos níveis de produtividade. A inovação no local de trabalho resulta em “situações de trabalho ativo” em que os trabalhadores têm autonomia para controlar suas demandas de trabalho combinada com uma capacidade de aprendizagem e resolução de problemas3.

Leia o restante do artigo na revista LUBES EM FOCO – edição 74, apresentada abaixo: