Indian, Kasinski e Buell: relembre marcas de motos que deixaram o Brasil. Por motivos diversos, fabricantes tiveram idas e vindas no país. Amazonas, Agrale e Sundown foram outras a encerrar vendas.
marca americana Indian acaba de suspender a venda de suas motos no Brasil. Depois de criar a sua filial brasileira em 2015, a empresa controlada pelo grupo Polaris encontrou o mercado em queda de vendas nos últimos anos e não teve o desempenho esperado no país.
Outras fabricantes de motos também passaram por essas idas e vindas no Brasil, como é o caso da clássica Agrale, a extinta Buell e até as brasileiras Kasinski e Sundown. Relembre algumas marcas de motos deixaram o Brasil:
Marcas de motos que deixaram o Brasil: Indian
Quando inaugurou suas atividades no país em 2015, a Indian tinha expectativa de fazer do Brasil o seu segundo mercado mais importante no mundo, apenas atrás dos Estados Unidos, sua terra natal.
Em 2017, a empresa já havia interrompido a montagem local em Manaus, passando a trazer as motos apenas por importação. Com poucas unidades emplacadas em 2018, a empresa decidiu por suspender a operação brasileira.
A Indian é uma concorrente direta da Harley-Davidson e tem estilo parecido com seus produtos nas categorias custom e touring. O último modelo lançado no Brasil foi a Scout Bobber no último Salão Duas Rodas.
Nos Estados Unidos e outros países, a Indian continua na ativa e tem mais de 100 anos de vida, ela foi criada em 1901.
Sundown
A Sundown começou atuando no mercado de bicicletas e, em 2003, passou a investir em motocicletas. Sua ascensão foi muita rápida e, em apenas dois anos, assumiu a 3ª posição de vendas, ficando atrás apenas de Honda e Yamaha.
Com produtos de origem chinesa das marcas Qingq e Zongshen, a Sundown tinha uma linha de montagem em Manaus. Entre os modelos de maior sucesso, estavam Hunter 100, Future e Motard 125.
Kasinski
A Kasinski foi uma das marcas de motos brasileiras mais emblemáticas. Criada em 1999 por Abraham Kasinsky, mesmo fundador da empresa de autopeças Cofap, chegou a fazer sucesso principalmente com os modelos Comet.
No início, trabalhava apenas com a linha de modelos de origem sul-coreana da Hyosung. Em 2009, a marca foi vendida para o grupo CR Zongshen, de origem chinesa, mas liderado no Brasil por Claudio Rosa, que já havia trabalhado na Sundown.
Misturando em seu portfólio os modelos da Hyosung, de maior cilindrada, e motos de baixa cilindrada chinesas da Zongshen, a nova montadora tinha fábrica instalada em Manaus e grandes ambições.
Durante o processo, a CR Zongshen também tentou emplacar a venda de motos da marca Flash em redes varejistas, mas a empreitada não vingou.
Em 2012, a CR Zongshen chegou a anunciar que o plano era chegar a 600 mil motos por ano até 2020, mas o objetivo não se concluiu. Apenas dois anos depois, em 2014, a parceria com os chineses foi desfeita e a montadora encerrou suas atividades.
Buell
A norte-americana Buell é uma das marcas de motos com história mais interessante. O sonho de um ex-engenheiro da Harley de criar motos mais esportivas, algo que não cabia na linha da H-D, levou Erik Buell a desenvolver a própria moto.
Criada nos anos 80, a Buell acabou sendo comprada pela Harley-Davidson em 2003. Em 2005, a marca chegou ao Brasil por meio do Grupo Izzo, que na época representava a empresa no país.
As motos Buell se destacavam pelo conjunto compacto e soluções tecnológicas um tanto diferenciadas, como o tanque de combustível no chassi. Modelos de destaque foram Lightining e Ulysses.
Em 2009, a Harley-Davidson anunciou o fechamento da marca para focar na própria marca H-D. Anos depois, Eric Buell voltou a produzir motos, mas esses modelos não vieram ao Brasil.
Agrale
A Agrale tem uma longa história como empresa automotiva no Brasil, começando nos anos 60 com a produção de tratores e passando a caminhões na década de 1970.
Nos anos 80 veio a parceria com a italiana Cagiva e chegaram as SXT e Elefant, focadas no segmento off-road e com motores 2 tempos.
No final dos anos 80, a empresa se mudou do Rio Grande do Sul para Manaus e na década de 1990 vieram novos modelos, como a Elefantré, e também parcerias com a Husqvarna e a MV Agusta. A produção se encerrou em 1997.
Benelli
Tradicional marca italiana, atualmente a Benelli faz parte do grupo chinês Qianjang. Depois de uma passagem pelo país nas mãos do grupo Izzo, a marca anunciou no Salão Duas Rodas 2013 o retorno ao Brasil, juntamente com a Keeway, que faz parte da mesma empresa.
Com um dos maiores estandes daquele evento, a Benelli chegou a anunciar 7 modelos para o Brasil, como BN600 e TREK Amazonas, mas o negócio não engrenou e o projeto foi descontinuado.
Keeway
Como a Benelli, a chinesa Keeway acabou não efetivando o projeto Brasil, que previa montagem das motos em Manaus. Ao contrário da Benelli, a Keeway é focada em produtos de menor cilindrada, como scooters.
Amazonas
Que tal usar peças de carro para fazer uma moto? O primeiro protótipo recebeu o nome de Motovolks e carregava motor e câmbio do Fusca. Chamando a atenção, o projeto do final dos anos 70 foi adquirido por um empresário que criou a marca Amazonas e deu início a produção em série.
Era considerada uma das motos mais pesadas do mundo, passando dos 330 kg, e talvez a primeira a ter marcha ré.
O modelo evoluiu recebendo motor de Brasília e chegou a ser exportado para outros países e a equipar algumas polícias brasileiras. A empresa se manteve até 1988, quando encerrou a produção.
A Amazonas tentou retornar mais de uma década depois por meio de uma parceria com a chinesa Loncin, mas para atuar no segmento de baixa cilindrada, o que acabou não dando certo.