Yamaha Tricity 125: primeiras impressões

Scooter de 3 rodas traz mais estabilidade em curvas e frenagens, mas sente falta de motor mais forte. Venda ainda está incerta para o Brasil.

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Pode até parecer, mas o Yamaha Tricity não é um triciclo convencional. A diferença é que a dianteira não é similar com a de um carro, como vemos em triciclos comuns como o Can-Am Spyder. No caso do Tricity, cada roda tem uma suspensão independente, o que possibilita fazê-las inclinar como em uma moto tradicional.

Yamaha Tricity 125

Nem por isso a moto é mais larga que o normal: a largura das rodas não se sobrepõe à das carenagens, não atrapalhando a locomoção no trânsito. O objetivo da roda extra e trazer mais estabilidades em curvas e frenagens.

O scooter ainda não está previsto para ser vendido no Brasil, mas a marca trouxe uma unidade para experimentação e o G1 a avaliou em circuito fechado. Este tipo de moto com 3 rodas já existe com grande sucesso na Europa, principalmente com a Piaggio, que foi a marca que começou a investir neste nicho.

Yamaha Tricity 125
Yamaha Tricity (Foto: Alan Morici / G1)

No Brasil, a Piaggio comercializa timidamente a linha MP3 desde o final do ano passado, mas eles são de maior cilindrada e os preços começam em R$ 38.800. Caso fosse vendido por aqui, como possui motor de 125 cc, Tricity teria que vir uma faixa de preço mais acessível.

Na Europa, o scooter de 3 rodas da Yamaha é vendido por a partir de 3.999 euros. O Tricity não possui nenhum concorrente direto, mas o modelo mais próximo seria o MP3.

Especificações

Yamaha Tricity 125
Veja diferenças entre Tricity e MP3 (Foto: G1 / Divulgação)

Como anda?

A primeira impressão ao sair rodando é de leveza nas trocas de direção na dianteira. Apesar de haver duas rodas, não há percepção de peso e as rodas tendem a inclinar nas curvas com naturalidade.

As duas rodas trazem uma sensação de maior estabilidade, mesmo em curvas mais rápidas e com irregularidades. Além disso, existe o “efeito placebo” e só de saber que duas rodas estão ali, a pilotagem fica mais tranquila.

Yamaha Tricity 125
Rodas inclinam nas curvas (Foto: Alan Morici / G1)

Motor é fraco

Além da opção 125 avaliada, também está à venda na Europa o Tricity 155. Ela, provavelmente seria uma melhor opção para o mercado brasileiro. Visto que o scooter mais vendido do Brasil, o Honda PCX 150 está nessa faixa de cilindrada.

Por ter duas rodas na dianteira, o Tricity também é notadamente mais pesado que um scooter de similar cilindrada. Ele pesa 164 kg,. Um Yamaha Xenter 125, por exemplo, pesa 142 kg.

Isso fez o motor de 1 cilindro e 125 cc parecer meio fraquinho, rendendo apenas 12,2 cavalos de potência máxima e 1,2 kgfm de torque. Ele trabalha com câmbio automático do tipo CVT.

Yamaha Tricity 125
Modelo ainda não será vendido no Brasil (Foto: Alan Morici / G1)

Roda extra também ajuda na frenagem

Além de ser um fator importante para estabilidade em curvas, a roda extra também ajuda para uma frenagem mais eficaz. O agarre ao asfalto melhora e o Tricity possui sistema de freios combinados, que distribui a frenagem entre o eixo traseiro e dianteiro, fazendo o scooter oscilar pouco, mesmo em frenagens mais bruscas.

Yamaha Tricity 125
Rodas ajudam a estabilidade (Foto: Alan Morici / G1)

Tem espaço para o Brasil?

O Tricity seria uma boa opção, principalmente para quem não tem tanta familiaridade com motos. Apesar de não ser “à prova de quedas”, as duas rodas ajudam muito em estabilidade e confiança.

No entanto, muito do sucesso do Tricity e de modelos Piaggio e Peugeot na Europa vem da legislação local: alguns países permitem a quem tem apenas habilitação para carros guiar também o veículos desse tipo.

Yamaha Tricity 125
Espaço para levar objetos no Tricity (Foto: Alan Morici / G1)
Yamaha Tricity 125
Yamaha Tricity (Foto: Alan Morici / G1)