Salão Moto Brasil 2017: fique por dentro do que rolou

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Fique por dentro do que rolou no Salão Moto Brasil 2017
Fique por dentro do que rolou no Salão Moto Brasil 2017

Como sempre cercado pelo clima descontraído e informal, transbordando liberdade e paixão por motos, o Salão Moto Brasil, principal evento motociclístico do cenário carioca, dominou o Riocentro, no Rio de Janeiro, durante quatro dias em sua 7ª edição. Desta vez acomodado em um pavilhão maior que o da edição anterior, melhor estruturado e distribuído, o Salão ficou mais “confortável”, recebendo, entre os dias 26 e 29 de janeiro, seus 92.348 visitantes, vindos de vários lugares do Brasil, como Brasília, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins – encontraram entretenimento, negócios, educação e turismo.

Em meio a muita diversão, os negócios tiveram lugar de destaque. A novidade deste ano foi a 1ª Feira de Negócios – um evento dentro do evento, com foco em motopeças – destinado a convidados VIP para fomentar o B2B. De um lado, expositores (fabricantes, importadores, distribuidores de motopeças e acessórios) e de outro, importantes clientes (melhores atacadistas, distribuidores, grandes lojistas e representantes de vendas). “Unimos quem quer vender com quem quer comprar. E o resultado foi muito bom”, conta Gustavo Lorenzo, da organização do Salão Moto Brasil, já fixado no calendário do motociclista brasileiro.

O público em geral teve muito o que admirar nos estandes de grandes marcas como BMW, BRP, DAFRA, Harley-Davidson, Honda, Indian Motorcycle, Kawasaki, KTM, Suzuki, Triumph e Yamaha, que venderam juntas cerca de 40 motos novas e usadas durante o evento.

Uma decepção para o público pela ausência das italianas Ducati, uma das mais desejadas do mercado nacional, e Piaggio, recém chegada ao Brasil, responsável pela Vespa. Espectadores e leitores do Duas Rodas News lamentaram também a ausência de marcas menores, mas que se tornaram conhecidas através do programa, como Traxx, Shineray e MXF.

Outra “reclamação” bastante frequente feita pelos presentes ficou por conta da algumas montadoras que não levaram seus modelos principais. “Achei o Salão muito bom, mas me frustrei um pouco com o fato de não encontrar a Ninja H2 e a nova R1 expostas.”, comentou um dos visitantes.

Três grandes novidades que puderam ser apreciadas pelo público foram a nova linha 2017 da Harley-Davidson, em seu grandioso estande, para exibir também o revolucionário motor Milkaukee eight, lançado recentemente, no também enorme estande da Honda, o destaque ficou com a CRF 1000L Africa Twin, big-trail recém lançada pela marca japonesa, e na Suzuki a nova SV650A, uma “naked” que despertou bastante curiosidade.

Suzuki SV650A

Considerando a Feira de Negócios, as vendas de motos e as empresas que comercializaram roupas, acessórios e outros produtos relacionados a duas rodas, como Pirelli e Porto Seguro, houve um número expressivo em vendas. “Os dados parciais já são significativos, mas não param por aí; muitos negócios são iniciados no salão e terminam fora dele”, diz Lorenzo. “O importante é que iremos conseguir movimentar o mercado de motos por pelo menos 3 meses e isso é essencial para o setor”. O evento acaba sendo uma forma de valorizar o mercado do estado do Rio de Janeiro, muitas vezes deixado de lado pela estratégia das empresas, mesmo se tratando de uma frota de mais de 1 milhão de motocicletas e ciclomotores (segundo dados do Detran/RJ), em crescimento contínuo.

Como acontece desde a primeira edição, o Salão Moto Brasil tem grande foco atender ao máximo de pessoas e gostos, oferecendo os mais diversos tipos de atividades, tendo como um ponto alto o entretenimento. Nesta edição o público contou com o GTM Show (Grupamento Tático de Motociclistas da PMERJ) e a Pro Tork Alto Giro mandando muito bem nas manobras radicais, inclusive apresentando números inéditos, e a Equipe 360° do Globo da Morte, todos apresentados na área externa do pavilhão, onde também aconteceu o test-ride, com vários modelos da Honda, Yamaha e Indian disponíveis para que os motociclistas pudessem pilotar.

Ainda na área externa, os visitantes puderam usufruir de um espaço destinado para serviços, com lubrificação da corrente da moto, troca pneus ou lavagem da moto, blindagem de pneus (vacina), cristalização de pintura, limpeza de cromados, polimento, enceramento, restauração de plásticos e vitrificação.

O Bike & Art Show – uma “galeria” de arte com curadoria de Lord – agrupou respeitados nomes da customização de motocicletas no Brasil e foi passagem quase obrigatória. Nele estavam expostos pinturas, esculturas, tanques e capacetes customizados, peças artesanais e gravação em metais. Motos do Tarso Marques, referência em customização, ganharam lugar especial e atraíram inúmeros olhares.

Nessa mesma “galeria” aconteceram dois concursos: um com voto popular, que escolheu entre as 12 motos customizadas participantes a do carioca Maurício Fazzi, da Fazzi Custom, como a favorita. Já entre o júri técnico, houve empate entre as motos de Célio Dobrucki, de Curitiba, e Eric Nobre, da Redlad Garage, do Rio de Janeiro, no primeiro lugar.

O Museu Moto Brasil com cerca de 200 m² encheu de curiosidade adultos e crianças. Com o tema “Um sonho em duas rodas”, uma linha do tempo detalhada com a evolução das motos dos séculos XIX, XX e XXI e 13 relíquias expostas, foi possível vivenciar um pouco da história. Os destaques ficaram por conta de uma réplica do modelo criado por Pierre e Ernest Michaux em 1861, na França: o velocípede, uma bicicleta com pedais adaptados à roda dianteira. E também uma Triumph, 1915.

O Clubinho Honda mais uma vez foi o ponto de encontro das crianças de 3 a 7 anos. Em um cenário de cidade em miniatura, com prédios, casas, ruas, sinal de trânsito e minimoto, centenas de crianças aprenderam brincando noções de educação no trânsito.

O lounge, com palco e bar temático, pegou fogo, atraindo o público para ouvir rock and roll ao vivo da melhor qualidade, em um som embalado por bandas muito tradicionais no cenário motociclístico, como a Bloody Mary & The Munsters.

Justamente pelo que costumo chamar de “jeitão de grande encontro de motos”, os motoclubes sempre acabam marcando presença forte, contando com mais de 450, de todo Brasil, que se cadastraram. Um momento muito marcante, que se repetiu este ano, foi a chegada do comboio do grupo de proprietários de Harley-Davidson, o HOG, e nesta edição teve também a chegada do comboio do IMRG, grupo de proprietários de Indian Motorcycle.

Belas mulheres são sempre um ponto forte em eventos de motos e quem levou o prêmio de “musa” desta edição foi Wisnance Reis, de 28 anos, que ganhou pela segunda vez consecutiva o concurso Gata do Salão.

Salão Moto Brasil trouxe palestras diárias

Com palestras diárias, ministradas por experts em trânsito e pilotagem, tinham como objetivo reforçar e incentivar a propagação de informações para ajudar na formação de motociclistas conscientes, inclusive crianças. Gratuitas, dinâmicas e repletas de esclarecimentos, as palestras de Carlos Amaral, Detran-RJ, JOJAFER, Leandro Mello, Portal Big Trail, Polícia Rodoviária Estadual (BPRv) e Valéria Solitária do Asfalto foram assistidas por centenas de pessoas.

O Salão Moto Brasil, já está estabelecido no calendário anual do motociclismo nacional, é o maior evento de moto do Rio de Janeiro e um dos maiores do setor no Brasil. Com o intuito de gerar negócios, entretenimento, educação e turismo. Um evento que merece o respeito dos motociclistas, especialmente os cariocas, pelo empenho em levar ao público geral a essência e a paixão pelo motociclismo.