Lubrificantes para motores a diesel
A palestra “Evolução das Especificações de Lubrificantes para Motores a Diesel”, , representada por Marcus Vercelino, Gerente Técnico de Produto e Desenvolvimento para OEMs da Lubrizol, apresentada no XVIII Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), realizado no dia 22 de outubro, em São Paulo, mostrou uma análise profunda sobre como a legislação ambiental global está forçando uma transformação nas especificações de lubrificantes para motores a diesel.
O foco principal da apresentação foi na atualização tecnológica das especificações de lubrificantes diesel, um movimento impulsionado por dois drivers principais: a redução de emissões e o aumento da eficiência de combustível. Vercelino fez uma ponte entre as demandas regulatórias internacionais (EUA e Europa) e a realidade da frota brasileira de veículos pesados, marcada por uma grande defasagem no uso de produtos adequados.
A pressão por descarbonização está acelerando a adoção de novas tecnologias, como a futura categoria norte-americana PC-12 para óleos de motores pesados. Essa nova especificação, que sucede a atual API CK-4 e FA-4, chega com requisitos químicos mais restritivos, como menor teor de cinza sulfatada, fósforo e enxofre, visando proteger os sistemas de pós-tratamento de emissões. As mudanças nas especificações e na legislação são fatores interligados que, em conjunto com as alterações no hardware dos OEMs, impulsionam a evolução das formulações de lubrificantes.
Impacto da legislação e novas especificações – Em todo o mundo, instituições e montadoras estão buscando a evolução dos hardwares e, consequentemente, a necessidade de lubrificantes que atendam às condições de operações mais severas, atuando com maior pressão e temperatura, conferindo maior eficiência e redução das emissões:
- América do Norte (API PC-12): Com lançamento previsto para 2027, a nova plataforma de especificação é impulsionada por novos requisitos de emissões mais restritos e sistemas mais complexos no sistema de pós-tratamento. A nova especificação PC-12 será o avanço das categorias API CK-4 e API FA-4, mantendo testes essenciais de desempenho, como o controle de oxidação (Volvo T-13) e adicionando novos testes como o desempenho anti-scuffing da Detroit Diesel/Daimler North America DD13.
- Europa (Euro VII): A nova legislação para veículos pesados, formalmente adotada em abril de 2024, entra em vigor a partir de 2028 para novas homologações. Ela estende a exigência de durabilidade e conformidade de emissões do veículo, passando de 7 anos/700.000km (Euro VI) para 12 anos/700.000km, ou até 15 anos/875.000km (a depender da categoria do caminhão). O Euro VII exige reduções significativas de emissões como NOx (-56% a -62%, dependendo do ciclo de teste), material particulado (-20%) e PN10 (-25%).
- Outras regiões: A agenda regulatória está acelerada também na China (China VI b e futura China VII) e na Índia (BS VI ODB-II), reforçando que a adoção de novas tecnologias está se tornando um imperativo global para a descarbonização.
O desafio da frota brasileira
A Lubrizol também alerta sobre a discrepância entre o que é exigido pelos equipamentos modernos e o que é, de fato, consumido no mercado brasileiro. Com uma frota circulante de aproximadamente 2,5 milhões de caminhões e ônibus, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), observa-se um descompasso entre o “mercado ideal” (baseado na idade média da frota, de 12 anos) e o “mercado real” (baseado no volume de vendas):
- Ideal (recomendado): Com base na idade e tecnologia dos veículos, mais de 62% do consumo deveria ser de lubrificantes de alta performance (API CK-4 + CJ-4).
- Real (consumido): Na prática, apenas cerca de 23% do consumo adere às especificações mais recentes (API CK-4 + CJ-4). A maior parte do consumo ainda se concentra em especificações antigas, como a CI-4 e CH-4.
Essa defasagem é ainda mais crítica no segmento de transportadores autônomos (proprietários de até cinco equipamentos), que representam quase metade do mercado de consumo. O uso de lubrificantes inadequados, com alta cinza sulfatada e enxofre, compromete os sistemas de emissões e a performance do motor.
A Lubrizol enfatiza que a não adesão às especificações corretas não é apenas um problema ambiental, mas um desafio econômico e operacional para o consumidor, seja ele um grande frotista ou um transportador autônomo, como os do agronegócio.
Lubrificantes defasados podem causar aumento da oxidação e viscosidade, maior consumo de óleo e formação de depósitos no motor. As consequências diretas para o operador incluem a probabilidade de danos severos ao motor, o aumento do tempo de inatividade do veículo e a potencial perda de negócios.
A Lubrizol reitera seu compromisso em aliar ciência e inovação para capacitar a indústria de lubrificantes a atender a essas exigências cada vez maiores, garantindo a performance e a sustentabilidade da frota global de motores a diesel.
Sobre a Lubrizol
A Lubrizol, uma empresa da Berkshire Hathaway, é uma empresa com base na ciência cuja química especializada oferece soluções sustentáveis para promover a mobilidade, melhorar o bem-estar e aprimorar a vida moderna. Todos os dias, os inovadores da Lubrizol se dedicam a criar valor extraordinário para os clientes na interseção da ciência, necessidades do mercado e sucesso empresarial, impulsionando descobertas e criando soluções inovadoras que aprimoram a vida e fazem o mundo funcionar melhor. Fundada em 1928, a Lubrizol tem alcance global e presença local, com mais de 100 instalações de fabricação, escritórios de vendas e técnicos e mais de 7.000 funcionários ao redor do mundo. No Brasil, a companhia possui duas fábricas, uma delas em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ), e outra em Paulínia (SP). A Lubrizol também conta com escritório no Rio de Janeiro (RJ), além de laboratórios de Pesquisa & Desenvolvimento na capital paulista e em Paulínia. Para mais informações, visite www.lubrizol.com.

















