Profundas diferenças
WASHINGTON (Reuters) – Negociadores comerciais de menor escalão dos Estados Unidos e da China devem retomar as negociações pessoalmente nesta quinta-feira pela primeira vez em quase dois meses, enquanto as duas maiores economias do mundo tentam resolver profundas diferenças políticas e encontrar uma maneira de sair de uma amarga e prolongada guerra comercial.
As negociações de quinta e sexta-feira visam estabelecer as bases para conversas de alto nível no início de outubro, que determinarão se os dois países estão trabalhando em busca de uma solução ou se estão buscando tarifas novas e mais altas para os produtos uns dos outros.
Uma delegação de cerca de 30 autoridades chinesas, liderada pelo vice-ministro das Finanças, Liao Min, deveria iniciar conversações na manhã desta quinta-feira no escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), perto da Casa Branca. Espera-se que a equipe dos EUA seja liderada pelo vice-representante de Comércio, Jeffrey Gerrish.
É provável que as discussões se concentrem fortemente na agricultura, incluindo as exigências dos EUA de que a China aumente substancialmente as compras de soja norte-americana e outras commodities agrícolas, disse à Reuters uma pessoa com conhecimento das discussões planejadas.
Duas sessões de negociação ao longo dos dois dias abrangerão questões agrícolas, enquanto apenas uma será dedicada a textos que cobrem alterações essenciais para fortalecer as proteções de propriedade intelectual da China e encerrar a transferência forçada de tecnologia dos EUA para empresas chinesas.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, que participará das negociações de outubro, juntamente com o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, disse que as questões cambiais serão o foco das novas rodadas de negociações.
Mnuchin declarou formalmente a China um manipulador de moedas no mês passado, depois que o iuan se desvalorizou para além de 7 por dólar, acusando Pequim de depreciar sua moeda para obter uma vantagem comercial.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que a China não cumpriu os compromissos de compra de produtos agrícolas assumidos por seu presidente, Xi Jinping, em uma cúpula dos líderes do G20 em Osaka, no Japão, como um gesto de boa vontade para colocar as negociações paralisadas de volta aos trilhos. A China tem negado que tais compromissos tenham sido assumidos.