Emissões, economia de combustível, mudanças de projetos e outras demandas pressionam os lubrificantes. Como será a nova geração?
Os trens sempre exerceram um grande fascínio nas pessoas, desde as inúmeras referências musicais, nos filmes e no encantamento das crianças com as ferrovias expostas nas vitrines de lojas de brinquedos. A impressão é que os trens estiveram sempre em nossas vidas, embora os primeiros tenham surgido por aqui há cerca de 160 anos, na época do Império.
A malha ferroviária no Brasil tem cerca de 28 mil quilômetros de extensão, dos quais apenas cerca de um terço é produtivo, boa parte dela transportando minério. Comparando com outros países e regiões com dimensões semelhantes às do Brasil, alguns deles com boa parte do território coberto por neve como no Canadá, por exemplo, pode-se perceber quão deficitária e carente de investimentos é a nossa infraestrutura ferroviária, além do desequilíbrio entre os diferentes modais de transporte.
O quadro atual da infraestrutura nacional é um reflexo da priorização de investimentos no modal rodoviário nos últimos 40 anos, negligenciando outros modais como o ferroviário que, apesar de seu maior custo de implementação, reduz significativamente o custo da tonelada transportada. Com isso, nossa logística tornou-se dependente, quase em sua totalidade, deste modal logístico, que é o segundo mais caro, perdendo apenas para o transporte aéreo.
Dados da indústria indicam que ferrovias podem mover, em media, 1 tonelada de carga por 85 quilômetros com 1 litro de diesel Um caminhão, por sua vez, move em média 1 tonelada de carga, por 25 quilômetros com 1 litro de diesel. É claro que os caminhões têm a vantagem de poder chegar a cidades menores através de pequenas rodovias e, por essa razão, podem formar uma relação de simbiose com o transporte ferroviário, no que se conhece como logística intermodal, tornando possível a entrega de grandes quantidades de carga nos terminais para posterior distribuição capilar por de rodovias a partir deste mesmo terminal.
O quadro 1 nos dá uma dimensão da diferença entre um motor a diesel de locomotivas e um motor de caminhão (on-highway).
A força para mover pessoas e produtos através dos trilhos vem das locomotivas. Originalmente movidas a vapor, evoluíram para a propulsão a diesel a partir da Segunda Guerra Mundial. Existem hoje no Brasil cerca de 4 mil locomotivas em operação. Os principais fabricantes de locomotivas são a General Electric (GE) e a EMD, originalmente parte da General Motors que se tornou uma subsidiária da Caterpillar, conhecida desde abril de 2010 como Progress Rail Services, desde. A EMD permanece a partir de então apenas como uma marca de locomotivas.
Locomotivas EMD se caracterizam pelos motores 2 tempos, tendo reinado absoluta em seu mercado durante décadas. A partir do final da década de 90, projetaram um motor de 4 tempos, o H-Engine, mas os de 2 tempos, séries 710, também continuam em produção.
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