Em tempos de pandemia, como devemos pensar na segurança? Na minha segurança, na da minha família, dos que me cercam, na minha região, no meu país, no mundo? O que devemos saber, o que devemos fazer, como podemos contribuir? Saber dos possíveis sintomas, do uso de máscaras, da higienização, da distância entre as pessoas? Como posso ajudar outras pessoas a se manterem seguras?
No cenário da pandemia que atravessamos, fica clara a conexão transversal entre as diversas formas de segurança: no indivíduo, nos grupos de atividades, na saúde, na segurança pública, nas diversas atividades produtivas, na política, no país. Como está a segurança hoje, como e para que nível deveria melhorar e como posso e devo participar desse processo de melhoria, de evolução da Cultura de Segurança são alguns dos nossos questionamentos.
A cultura vem de dentro para fora, das profundezas dos pressupostos, normas e valores até a superfície, em que artefatos podem ser observados. Falamos, olhamos, rimos, mas…. o que está lá dentro de nós, profundo, desenvolvido nas crenças, para só então se transformar em atitudes e práticas? E como a cultura que nos cerca influencia a nossa cultura?
Mudar uma cultura não é simples, toma tempo, desafia valores já “enraízados”. Restrições às mudanças serão encontradas: isso é esperado. A mudança acontecerá aos poucos, conforme os novos valores tiverem seus benefícios identificados pelos componentes que vivem naquela cultura.
A evolução da Cultura de Segurança muda valores internos, faz com que a segurança “entre no automático’’ na vida, no trabalho. E a sua contínua melhoria é fundamental para a gestão da segurança no trabalho, da sustentabilidade das organizações, do respeito ao homem e ao meio ambiente. Devemos fazer as coisas mais simples da melhor maneira possível, da forma mais segura, aplicando as melhores práticas, as melhores experiências.
O conceito da Cultura de Segurança leva em consideração valores, atitudes, competências e padrões de comportamento individual e coletivo, que deixam claro o compromisso de uma gestão saudável e segura, eliminando a culpa e a punição pela oportunidade de melhoria e de aprender com as falhas. Deve também incluir uma comunicação aberta, o trabalho em equipe e o aprendizado contínuo.
Em uma organização, a Cultura de Segurança pode apresentar diversos graus de maturidade. De acordo com o estudo “Hudson 2003”, estes podem ser os estágios através dos quais ela pode progredir:
Cultura patológica: grau inferior de maturidade; a falta de segurança é vista como um problema causado pelos trabalhadores;
Cultura reativa: a organização começa a considerar a segurança com maior seriedade, mas as ações são tomadas apenas após a ocorrência de incidentes;
Cultura calculada: a segurança é gerenciada, mas as abordagens são verticalizadas, com sistemas de gerenciamento/gestão de risco e foco na coleta de dados;
Cultura proativa: há um número maior de colaboradores envolvidos no sentido de identificar e trabalhar os problemas de segurança, antecipando-se à ocorrência de incidentes;
Cultura geradora: o grau de maturidade mais elevado; há a participação de todos os níveis da organização, com aumento da confiança.
Leia o restante do artigo na revista LUBES EM FOCO – edição 77, apresentada abaixo: