Logística reversa no Brasil revoluciona gestão sustentável do óleo usado

15
Português
Español/Castellano
English

Logística reversa do lubrificante no Brasil

De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil tem um dos menores índices de reciclagem no mundo: apenas 4% de todo o resíduo que a sociedade gera é reciclado no país. Isso ocorre mesmo com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), implementada em 2010, que promove a obrigação de responsabilidade compartilhada entre todos os agentes da cadeia produtiva.

Entretanto, não são todos os setores que se adaptaram à legislação. Por isso, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) vem preparando, ao longo deste ano, uma série de novos decretos e portarias para detalhar metas setoriais e as funções de cada agente no processo de destinação adequada dos resíduos (logística reversa).

Apesar da baixa taxa de reciclagem no país, a logística reversa do Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado (OLUC), é uma referência não apenas no cumprimento das normas, mas também em sua aplicação prática.

Esse sistema de rerrefino, um tipo de logística reversa, que transforma o óleo lubrificante usado em um novo produto, se baseia em uma legislação que começou a ser formada ainda em 1963, com a Resolução do Conselho Nacional do Petróleo – 6/63, reafirmando a importância da garantir do abastecimento nacional do óleo básico a partir do resíduo OLUC, primordial para a indústria de lubrificantes

Rerrefino: logística reversa sustentável 

A norma proibia a destinação inadequada dos óleos e estabeleceu o rerrefino como o único destino adequado para o resíduo.

“A logística reversa do OLUC no Brasil é um exemplo de pioneirismo, com uma estrutura regulatória robusta e um modelo operacional que demonstra a viabilidade de ações coordenadas entre os agentes da cadeia. Em todo o mundo, nossa legislação se destaca como um exemplo de sucesso, com resultados sólidos que comprovam sua eficácia. Com certeza, nós somos um case mundial de sustentabilidade.”, afirma Aylla Kipper, head de relações institucionais e sustentabilidade da Lwart Soluções Ambientais e presidente da Associação Ambiental para coleta, gestão e rerrefino do OLUC (AMBIOLUC).

Além do pioneirismo, o Brasil continua à frente: com a crescente preocupação ambiental e a implementação de novas leis e normas ambientais, o que culminou no ápice do amadurecimento do setor com a publicação da Conama 362 e formalizou o conceito de responsabilidade compartilhada antes mesmo da edição da PNRS. “Foi um marco regulatório que atribuiu responsabilidades claras a todos os envolvidos na cadeia da produção ao consumo de óleos lubrificantes, reforçando o compromisso com o meio ambiente”, explica Aylla.

Atualmente, o Brasil é líder mundial em logística reversa de óleo lubrificante usado. De acordo com o estudo “The Road Ahead for the Global Used Oil Market”, realizado pela Kline, o país destina mais óleo para rerrefino do que potências econômicas como Estados Unidos, Japão e Canadá.

“O rerrefino é um processo essencial não apenas para a economia de recursos naturais, mas também para a proteção ambiental, ao evitar o descarte incorreto de resíduos que poderiam causar sérios danos”, destaca a executiva.