A partir desta segunda-feira (6), a Agência CNT de Notícias publicará a série Futuro do Transporte, um conjunto de matérias e entrevistas que buscam mostrar quem são esses jovens gestores no setor transportador, executivos que estão pensando e já executando as mudanças para serviços de cada vez mais qualidade, em diferentes modais.
Estar à frente de posições estratégicas nas organizações é um desafio para o qual jovens profissionais parecem cada vez mais preparados. Eles chegam especializados, com conhecimento para enfrentar problemas práticos. Mas, mais que isso, querem promover inovação nos ambientes corporativos dos quais fazem parte, em nome de resultados cada vez melhores.
Esse é o objetivo almejado pelo primeiro gestor a fazer parte desta série. Aos 32 anos, o engenheiro Euclides Reis carrega quase seis de experiência em cargos de chefia (metade do tempo de sua trajetória profissional, até agora). Funcionário da Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre) – onde ingressou por concurso público aos 22 – ele já esteve à frente da gerência de Projetos de Mobilidade Urbana; foi secretário-adjunto municipal de Transportes e Mobilidade em Canoas (região metropolitana de Porto Alegre); e, atualmente, é superintendente de Desenvolvimento Comercial da estatal. Na passagem por essas áreas, chegou a chefiar um contingente de até 600 colaboradores.
Na opinião dele, assumir, com pouca idade, as responsabilidades de um cargo estratégico – em particular na área pública, fortemente marcada pelos aspectos burocráticos da administração -, é uma oportunidade de estabelecer “novas formas de se resolver antigos problemas”. Especialmente no transporte público, segmento cada vez mais pressionado por demandas sociais de eficiência e qualidade. “O desafio é algo que está no DNA do jovem, e passamos por um momento em que o transporte público precisa de inovação. A população cobra por resultados. Então, a inovação é o principal desafio no transporte e na gestão pública”, diz.
Transporte e inovação
Inovação, aliás, é um conceito que demanda cada vez mais atenção dos gestores. “Ela pode se dar tanto nos processos de trabalho, na relação com as pessoas, como em grandes projetos”, diz Euclides. Mas, na área em que atua, defende a necessidade de inovar em novas formas de custeio. “O serviço não pode estar tão vinculado a subsídios e receitas públicas. Precisamos achar outras soluções para captar receita e financiar o transporte”, relata.
O momento, na avaliação dele, é favorável. Especialmente após a promulgação da emenda à Constituição 90/2015, que incluiu o transporte como um dos direitos sociais. “Isso proporciona novas formas de fazer transporte, principalmente porque o sistema de trens é estruturador em uma região metropolitana. Então, mais do que nunca, precisamos achar novas formas de manter o transporte público qualificado, com eficiência para toda a população.”
Apesar das limitações que existem – seja pela cultura organizacional, seja pela burocracia da administração pública -, Euclides reforça a importância e a vontade de desenvolver uma gestão com foco em resultados. “E não deixar para depois o que pode ser feito hoje. Essa é a principal contribuição que se pode dar”, considera.
Concluindo
Ademais, como a qualificação técnica nem sempre substitui a experiência de quem está no ramo há mais tempo ou o conhecimento de outros profissionais, ele destaca a importância do diálogo e da troca de informações. “Valorizar da melhor forma possível essas experiências. Todos acertam e erram e a gente tem que aproveitar isso para encurtar os caminhos.”
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