Encontro com o Mercado de Graxas 2022
Encontro com o Mercado de Graxas 2022 – O 2º Encontro com o Mercado de Graxas, que ocorreu no dia 8 de novembro de 2022, no Hotel Travel Inn – Ibirapuera, em São Paulo, apresentou diversas palestras com especialistas de grandes empresas, além de um debate sobre temas de relevância para o mercado de graxas, em que foram levantados assuntos como os números do mercado, a questão do lítio no Brasil, responsabilidades do produtor, a competição por matérias-primas e obrigatoriedades legais com segurança.
Um Painel de grande conteúdo
O debate inicial do evento, contou com a coordenação de Pedro Nelson Belmiro e as presenças do coordenador da subcomissão de graxas do IBP, Manoel Honorato e do gerente de lubrificantes da Associação Brasileira de Downstram – ABD, Giancarlo Passalacqua. A conversa foi bastante elucidativa sobre pontos importantes, com uma apresentação detalhada das iniciativas já realizadas junto à ANP, Governo Federal e ABNT com relação aos pontos levantados.
Belmiro ressaltou a importância de se obterem dados sobre graxas do sistema SIMP da ANP, para uma maior orientação do mercado, e Giancarlo informou que o IBP já endereçou um ofício à Superintendência de Distribuição e Logística – SDL, solicitando esses dados oficialmente e que obteve uma boa receptividade por parte do superintendente, acenando com a possibilidade de disponibilizar os números desse ano já no início de 2023.
Mercado não regulado não quer dizer sem controle
Manoel lembrou aos produtores que existem muitas regras a serem seguidas, mesmo não havendo uma regulação específica da ANP para o mercado de graxas, embora os produtos biodegradáveis e de grau alimentício sejam ainda regulados pela RANP 804. Ele mostrou que existem alguns outros direcionadores para os produtores, como o Código de Defesa do Consumidor, a ABNT com a NBR-14725 Parte 3 e o Conselho Regional de Química – C.R.Q. que exige que o produto tenha em seu rótulo o nome do Químico responsável pela produção. Dessa forma, os produtores de graxas precisam estar enquadrados em várias normas, mesmo sem a regulação da ANP.
Primeira importação de hidróxido de lítio
Giancarlo fez um sumário do trabalho feito pela ABD junto aos órgãos do governo e principal e diretamente com o Ministério da Economia que havia acabado de criar a Frente Intensiva de Avaliação Regulatória e Concorrencial – FIARC e estava empenhado na defesa da liberdade econômica. O pleito foi acolhido e o parecer positivo será publicado em pouco tempo. Em setembro, a Camex fez adequação do seu sistema de importação e já em outubro desse ano foi realizada a primeira importação sem ter passado pela Comissão de Energia Nuclear, ou seja, está funcionando a liberação requerida. Giancarlo alertou ainda que os preços do lítio estão bastante voláteis e sofreu grande aumento também no mercado internacional, portanto, é muito importante para o produtor uma boa avaliação do negócio, e pode haver uma expectativa de que os preços venham a se normalizar em futuro próximo.
Concorrência entre mercados por matérias-primas
A qualidade dos produtos finais foi bastante enfatizado por Manoel Honorato, lembrando que a socialização da informação específica se torna fundamental para um mercado saudável. A produção de graxas utilizada produtos derivados de oleaginosas e também de sebo animal, e em ambos os casos, a disponibilidade dessas matérias-primas depende do mercado de produção e também de exportação. Novas restrições relacionadas à Covid-19 na China podem impactar a demanda de óleos vegetais no Brasil, assim como a demanda de óleo de óleos vegetais de palma, soja e girassol no mundo e a concorrência com o biodiesel no Brasil e também com produtos para melhoria da aparência da carne.
Exigências de segurança contra incêndio para os produtores
O grupo de trabalho da ABNT está estudando a questão de colocação de sistemas fixos de líquidos de gerador de espuma nas fábricas de graxas. Giancarlo, informou que foi feita uma apresentação ao grupo de estudo da ABNT, mostrando a distinção entre as características inflamáveis entre combustíveis e lubrificantes, principalmente com relação ao ponto de fulgor. Lembrou que a NBR 17505 sofreu recentemente uma atualização que remete uma série de definições para a NBR 12615 que trata especificamente do combate a incêndio com líquido gerador de espuma (LGE), o que não era feito pela NBR 17505. Essa comissão que faz a atualização da norma NBR 12615 conta com vários produtores de LGE que têm interesse direto na utilização desse produto. A grande questão colocada pelo IBP junto ao grupo de estudo foi mostrar já havia sido criada uma classificação especial para os lubrificantes e que existe uma clara indicação da não utilização de LGE no caso de incêndio com temperaturas muito elevadas, que aconteceria em um possível evento com lubrificantes. É esperado que após a apresentação do IBP no grupo a questão possa ser propriamente endereçada sem a obrigatoriedade do uso de LGE.
Pedro Nelson Belmiro enfatizou ao final do painel a importância de se levar essas e outras informações ao mercado e que as empresas do setor estejam engajadas em participar desses debates e eventos para, gradativamente, ir aumentando a maturidade e qualidade desse mercado. Dessa forma, um dos principais motivadores do 2º Encontro com o Mercado de Graxas, promovido pela Editora Onze e Revista Lubes em Foco foi realizado com sucesso para um público de cerca de 140 participantes de empresas ligadas ao segmento de graxas.