O European Lubricating Grease Institute – ELGI lançou recentemente um esforço para fazer lobby contra uma proposta da União Europeia para classificar os sais de lítio como uma substância da Categoria A1 em termos de toxicidade para a reprodução.
Impactos na indústria de graxas
A associação comercial alertou que tal ação poderia ter impactos severos na indústria de graxas, já que o lítio é usado como agente espessante na grande maioria das graxas consumidas ao redor do mundo.
“Uma possível classificação como essa pode levar a interrupções significativas na cadeia de abastecimento de lítio ou misturas contendo lítio”, disse Andreas Dodos, presidente do Consórcio Europeu de Espessante de Graxas da ELGI para o REACH.
REACH é o regulamento de segurança de produtos químicos abrangente da União Europeia e é administrado pela ECHA, a Agência Europeia de Produtos Químicos, que está apresentando uma proposta da ANSES, a Agência Francesa para Alimentos, Saúde e Segurança Ocupacional e Ambiental, para classificar carbonato de lítio, hidróxido de lítio e cloreto de lítio como tóxicos para a fertilidade e o desenvolvimento fetal. A classificação como tal sujeitaria esses produtos químicos e produtos que os contêm a novos requisitos de rotulagem, e também poderia levar a restrições no uso dos produtos químicos.
O hidróxido de lítio é um dos vários ingredientes principais que podem ser usados para fazer sabões que são misturados com óleo para engrossar as graxas, e é de longe o mais comum. Aproximadamente três quartos da graxa consumida em todo o mundo são feitos com espessantes de lítio ou complexo de lítio.
Fuchs GmbH questiona validade científica da proposta
A ANSES apresentou sua proposta de classificação dos sais de lítio em dezembro de 2019, com base em observações de impactos em roedores e humanos. A ECHA aceitou comentários públicos sobre o pedido até agosto de 2020. A proposta recebeu contribuições de uma ampla gama de organizações, incluindo a Fuchs Schmierstoffe GmbH, o principal registrante do REACH para 12-hidroxiestearato de lítio, o produto químico específico usado para fazer espessantes de graxa de lítio. A Fuchs questionou a validade da ciência citada pela ANSES, assim como representantes da indústria de baterias também o fizeram.
A carta de Dodos avisou que a classificação como um tóxico reprodutivo A1 poderia impactar a maneira como os fabricantes de graxas manipulam as graxas, bem como a classificação das graxas contendo hidróxido de lítio. A organização convidou outras partes interessadas para trabalhar com ela para desenvolver um documento de posição explicando os impactos da classificação dos sais de lítio como tóxicos A1. Ele observou que o prazo para o envio de tais contribuições é o final de março.