Emplacamentos de veículos leves
Com 163 mil emplacamentos de veículos leves registrados em julho, foi confirmada a tendência de rigorosa recuperação mensal observada desde o tombo abrupto do mercado a partir do meio de março, quando a economia foi paralisada pela pandemia de coronavírus. De acordo com o número apurado pela agência Autoinforme, houve crescimento de quase 33% nas vendas em comparação com junho, mas o resultado ainda está cerca de 30% abaixo do volume de licenciamentos observado no mesmo mês de 2019.
Na soma de janeiro a julho, os 926,3 mil emplacamentos de automóveis e utilitários registrados colocam o acumulado anual 37,5% abaixo das 1,48 milhão de unidades vendidas no mesmo período do ano passado.
Aos poucos, o porcentual de queda começa a convergir para as projeções de boa parte das consultorias, como a IHS Markit e Bright Consulting, que estimam retração em torno de 30% nas vendas deste ano sobre 2019, para cerca de 1,86 milhão de veículos leves, enquanto as associações de concessionários (Fenabrave) e dos fabricantes (Anfavea) seguem indicando tombo bem maior, na casa dos 40%.
Julho foi o primeiro mês inteiro, desde o fim de março, em que o mercado operou com a maior parte das concessionárias abertas ao público em todo o País (mesmo que ainda em horário parcial) e que os pátios de emplacamentos dos Detrans voltaram a trabalhar, eliminando assim possíveis represamentos de licenciamentos de carros vendidos em meses anteriores – como aconteceu em junho, quando cerca de 25% dos veículos emplacados tinham sido negociados um ou dois meses antes.
A média diária de 7.088 veículos emplacados por dia útil em junho é a melhor desde fevereiro, quando foram licenciados 10.701 carros novos por dia.
Depois de cair ao volume de apenas 51.362 veículos emplacados em abril (o nível mais baixo da crise até agora) e crescer para número ainda pequeno de 56.619 em maio, houve crescimento exponencial de emplacamentos em junho, acima de 100%, para 122.771, incorporando o efeito do represamento de meses anteriores com Detrans fechados.
Por isso o crescimento de 33% em julho, já sem influência de meses anteriores, é importante para confirmar o ritmo da recuperação, por enquanto nem em “V” ou “U”, mas em “Nike”, em alusão ao símbolo da marca de roupas esportivas, que aponta uma queda abrupta seguida de retomada lenta aos níveis anteriores, conforme mostra o gráfico acima. Essa tendência ainda será melhor testada em agosto.