Ibovespa sobe quase 7%
O Ibovespa (IBOV) fechou com a maior alta desde 2009 nesta terça-feira, recuperando parte das perdas da véspera, quando teve o pior dia em mais de duas décadas, apoiado em correções técnicas e expectativas de ações coordenadas de autoridades globalmente para proteger as economias dos efeitos do surto de coronavírus.
As ações da Petrobras (PETR4) também mostraram melhora, fechando com altas de mais de 8,5% cada após tombo de quase 30% na véspera, mas foram os papéis da Vale (VALE3) que se destacaram com salto de mais de 18%.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 6,99%, a 92.087,26 pontos, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro era de 36,38 bilhões de reais.
A alta vem após o Ibovespa ter fechado com queda de 12,17% na segunda-feira, no pior dia na bolsa em mais de duas décadas, marcado por circuit breaker, conforme decisões da Arábia Saudita derrubaram os preços do petróleo e adicionaram preocupações a um mercado já fragilizado pelo surto do coronavírus.
Ainda na segunda-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que tomará importantes medidas para proteger a economia dos EUA contra impactos da disseminação do coronavírus. Já o governo do Japão afirmou que planeja gastar mais de 4 bilhões de dólares em um segundo pacote de ações para lidar com o vírus.
“A perspectiva de maiores gastos do governo está ajudando investidores a ignorar a ampliação nas medidas de contenção que reduzirão a atividade econômica”, destacou o analista Jasper Lawler, chefe de pesquisa no London Capital Group, destacando entre as medidas as restrições de deslocamento na Itália.
Do lado do noticiário sobre o vírus, o presidente da China, Xi Jinping, fez nesta terça-feira sua primeira visita a Wuhan, cidade chinesa onde foram relatados os primeiros casos do Covid-19. Dados da Coreia do Sul também mostraram desaceleração de novos casos.
A possibilidade de estímulos econômicos e sinais da Rússia de que conversas com a Opep seguem possíveis ainda apoiavam a melhora do petróleo no exterior, com o Brent em alta de cerca de 7%, após registrar a maior queda em quase 30 anos na véspera.
“Após uma ‘segunda-feira negra’, os ativos de risco estão abrindo em forte alta essa manhã. A possibilidade de uma atuação dos ‘policymakers’ para lidar com a crise, aliada a preços e ‘valuations’ mais atrativos está sustentando o mercado”, afirmou o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, mais cedo em sua conta no Twitter.