Lubrificantes Foodgrade
O 1º Encontro com o Mercado de Lubrificantes Foodgrade, realizado no dia 22 de outubro, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo, com a organização da revista LUBES EM FOCO, reuniu cerca de 100 participantes para debater questões ligadas ao uso de lubrificantes de grau alimentício na indústria brasileira de alimentos e bebidas. Estavam presentes produtores de lubrificantes, aditivos e básicos sintéticos, representantes da indústria de alimentos e bebidas, governo, certificadora, imprensa especializada, consultores do mercado e profissionais ligados à indústria.
O evento foi pioneiro na especialidade e abriu um caminho importante para o entendimento e a disseminação do conhecimento de um tema muito pouco compreendido e extremamente importante para a segurança alimentar: os lubrificantes utilizados na manutenção de máquinas e equipamentos que podem ter contato eventual com a produção de alimentos, os chamados lubrificantes foodgrade.
Foi demonstrado pelos especialistas que há uma clara relação entre os lubrificantes utilizados na indústria alimentícia e a segurança alimentar, tão comentada e estudada por órgãos governamentais e outros ligados a essa indústria. Pequenas quantidades de lubrificantes podem contaminar toneladas de alimentos! O mais crítico ainda é ler em publicações internacionais que cerca 60% da indústria mundial de alimentos ainda utilizam óleos e graxas de base mineral em seus equipamentos. E aí vem a grande preocupação para nós brasileiros: como estará a nossa indústria?
De acordo com o coordenador técnico do evento e editor da revista LUBES EM FOCO, Pedro Nelson Belmiro, não deveríamos simplesmente esperar ações governamentais para regularização e fiscalização desse mercado, já que estamos todos envolvidos nesse processo: “Muito se fala das responsabilidades dos órgãos legisladores e fiscalizadores do governo e das necessidades de suas melhores atuações no mercado; o mercado, porém, precisa estar maduro para entender que segurança alimentar é um tema que atinge a todos: produtores de alimentos, de óleos e graxas, legisladores, pesquisadores e também suas famílias, como consumidores”, comentou Belmiro.
A Indústria de Alimentos no Brasil
Números publicados pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) mostram a potência dessa indústria e a necessidade de um olhar mais abrangente sobre os aspectos de segurança alimentar.
• Faturamento: R$ 656 bilhões em 2018;
• Responsável por 9,6% do PIB brasileiro;
• Gerou mais de 13 mil novos postos de trabalho em 2018;
• Segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo (para mais de 50 países);
• Trabalha com expectativa de crescimento.
Paulo Matos, especialista em Regulação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostrou que dos 243 lubrificantes registrados como grau alimentício na Agência (162 óleos e 81 graxas), apenas 116 estão registrados com a especificação ISO 21469. Essa norma é obrigatória para os produtores e importadores, pois está referenciada na Resolução ANP em substituição à de nº 22, que trata de registros de produtos e níveis mínimos de desempenho.
Durante a apresentação da NSF International, a gerente de Desenvolvimento de Negócios da certificadora, Natalie Oliveira, também reforçou a importância da certificação ISO 21469 e mostrou ao público presente os requisitos de uma classificação H1 para lubrificantes com possibilidades de contato eventual com os alimentos e o programa de registro de nonfood compounds.
Leia o restante do artigo na revista LUBES EM FOCO – edição 75, apresentada abaixo: