Foodgrade
O 1º Encontro com o Mercado de Lubrificantes Foodgrade, realizado no dia 22 de outubro, em São Paulo, com a organização da revista LUBES EM FOCO, reuniu cerca e 100 participantes para debater questões ligadas ao uso de lubrificantes de grau alimentício na indústria brasileira de alimentos e bebidas.
Projeto 2020
Gustavo Zamboni, diretor da Editora Onze, produtora da revista Lubes em Foco, abriu o evento falando sobre a necessidade de se abrirem espaços como esse para que se discuta e façam circular as informações do setor. “A Editora Onze, está empenhada em ampliar o nível de informações levadas a seus leitores, e por isso, apresentamos um projeto ambicioso para 2020, em que contemplamos diversas atividades e produtos novos oferecidos ao mercado, como esse evento pioneiro”, disse Zamboni.
Na ocasião, foram apresentados os planos para a realização de um segundo evento de Foodgrade no ano que vem, além do 10º Encontro Internacional com o Mercado, em junho, e o desenvolvimento da revista Lubes em Foco, do Portal Lubes, das Newsletters enviadas pela Editora e do Guia GNLubes para a indústria em geral.
Pedro Nelson Belmiro, coordenador técnico do evento, lembrou que com o patrocínio da Fuchs Lubrificantes e o apoio de diversas outras empresas, o evento abriu um caminho importante para o entendimento e a disseminação do conhecimento de um tema muito pouco compreendido e extremamente importante para a segurança alimentar; os lubrificantes utilizados na manutenção de máquinas e equipamentos que podem ter contato eventual com a produção de alimentos. “Muito se fala das responsabilidades dos órgãos legisladores e fiscalizadores do governo e das necessidades de suas melhores atuações no mercado, porém, o mercado precisa estar maduro para entender que segurança alimentar é um tema que atinge a todos os players e também suas famílias, como consumidores”, comentou Belmiro.
A Indústria de Alimentos no Brasil
Belmiro mostrou ainda números publicados pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos – ABIA, que mostram a potência dessa indústria e a necessidade de um olhar mais abrangente sobre os aspectos de segurança alimentar.
- Faturamento : R$ 656 bilhões em 2018;
- Responsável por 9,6% do PIB brasileiro;
- Gerou mais de 13 mil novos postos de trabalho, em 2018;
- Segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo (para mais de 50 países);
- Expectativa de crescimento por parte da ABIA;
Natalie Oliveira, gerente de desenvolvimento de negócios da certificadora NSF International, mostrou ao público presente os requisitos de uma classificação H1 para lubrificantes e o programa de registro de nonfood compounds e a importância da certificação ISO 21469. Lembrou ainda que o programa já registrou 397 produtos e 56 fabricantes brasileiros, de diversos segmentos ligados à indústria alimentícia.
Lilian Miakawa, Coordenadora de Desenvolvimento de Negócios de Alimentos da empresa Fuchs Lubrificantes, falando do futuro dos lubrificantes na indústria de alimentos, apresentou as macro tendências mundiais para o consumidor do futuro, focalizando aspectos com
o crescimento da população, mudanças climáticas, mudanças demográficas e escassez de recursos. Também foi abordada a importância dos registros de processos de fabricação de alimentos pelas comunidades mulçumana e judaica.
De acordo com a apresentação da Fuchs, a disrupção tecnológica também atinge a indústria de alimentos, que se torna mais inteligente, segura e com responsabilidade social. “Com o surgimento de novas tecnologias, o consumidor também se torna mais conectados, informados, participativos e exigentes”, conclui Lilian.
Resolução 22 já pronta para a publicação
Paulo Matos, Especialista em Regulação da ANP, mostrou que dos 243 lubrificantes registrados como grau alimentício na Agência (162 óleos e 81 graxas), apenas 116 estão registrados com a especificação ISO 21469. Mostrou ainda as perspectivas da ANP para o segmento de lubrificantes em geral, em que destaca a publicação da revisão da Resolução 22/2014 para os próximos dias; o início do processo de revisão do Programa de Monitoramento dos Lubrificantes; o fortalecimento de ações de fiscalização em produtores de lubrificantes; o cancelamento de registro de produtos que apresentarem aditivação ausente; a ampliação do Programa Interlaboratorial de Lubrificantes; a publicação de sistema de pesquisa de produtos registrados no site da ANP, e o fortalecimento da comunicação com o mercado, por meio de participação em fóruns e comissões.
O local escolhido, o Milenium Centro de Convenções, proporcionou um bom espaço para o almoço e também o networking importante para os participantes.
Tecnologia de produtos sintéticos foodgrade
Os temas técnicos, com palestras de empresas internacionais sobre as tecnologias sintéticas para os lubrificantes foodgrade, foram apresentados pelas empresas Dow Química, Braskem, Zschimmer & Schwarz e ExxonMobil, conforme programa divulgado previamente.
Debate mobilizou a plateia
Ao final, Pedro Nelson conduziu um debate entre todos os participantes do evento, que trouxeram algumas sugestões para o desenvolvimento desse segmento. Algumas perguntas foram colocadas para a plateia que entendeu a seriedade das questões, ocasionando um debate de grande qualidade.
- E os óleos e graxas lubrificantes? Onde se encaixam?
- Existe hoje um conhecimento do assunto por parte dos órgãos legisladores e fiscalizadores?
- A indústria brasileira está devidamente informada?
- O que mais a iniciativa privada, pode fazer?
Dois pontos foram bastante comentados e reforçados para um próximo encontro: a importância de uma maior orientação da Agência de Vigilância Sanitária – ANVISA e uma maior aproximação da indústria de alimentos, visando uma maior conscientização e disseminação do conhecimento.
Os organizadores do evento, destacaram que a revista Lubes em Foco e o Portal Lubes (https://portallubes.com.br) estão à disposição do mercado para os contatos necessários e também a divulgação da indústria de lubrificantes foodgrade, junto àquelas organizações, e pretende preparar um próximo encontro em 2020 com uma grande participação de todos os agentes.