Fabricantes de veículos da UE
A Acea, associação das fabricantes de veículos da UE, comemorou a conclusão do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, anunciado na última sexta-feira, 28, e cuja negociação durou 20 anos. Em nota divulgada na segunda-feira, 1º de julho, a entidade aponta que o acordo pode trazer benefícios para ambos os blocos por meio de tarifas reduzidas, remoção de barreiras não-tarifárias e criação de novas sinergias de importação e exportação entre os dois blocos.
“Apesar do clima negativo para o comércio global, este acordo mostra que a União Europeia está disposta a ser ambiciosa e cumprir seus objetivos comerciais internacionais”, disse o secretário-geral da Acea, Erik Jonnaert. “Nas condições certas, existe um potencial real de crescimento para a indústria automobilística da UE, dada a dimensão do mercado do Mercosul, tanto em termos de população como de PIB”, completa.
Entre o pouco que se sabe sobre o acordo, ele garantirá que os países do Mercosul aceitem veículos motorizados que tenham sido certificados pelos regulamentos internacionais da ONU. Apesar disso, ainda não há informações sobre os reais efeitos do acordo para o setor automotivo: embora haja entendimento de que haverá mudanças no âmbito do setor entre os dois blocos, há ainda um longo caminho a percorrer até que haja efeitos práticos em ambos os mercados (leia aqui).
Atualmente, as taxas para a importação de veículos são de até 35% no Brasil e na Argentina. Com o acordo, a Acea acredita que a indústria de autopeças da UE também se beneficiará do acesso preferencial aos fabricantes localizados no Mercosul.
Dados recentes mostram que o Mercosul é um mercado de aproximadamente 270 milhões de pessoas, no qual 3,3 milhões de novos carros foram vendidos no ano passado. Em 2018, a UE exportou 73 mil veículos para a região, representando 2,2% do total. Em contrapartida, cerca de 234 mil carros foram importados para o Mercosul de outros países, representando quase 8% do mercado.